Cinzas vulcânicas chegam a Santa Catarina

O vulcão Puyehue, localizado em território chileno, que entrou em erupção no início de junho 2011, voltou a lançar material particulado (cinzas) afetando as condições de visibilidade e principalmente o tráfego aéreo em Santa Catarina nesta semana.

Fonte: Ciram (www.ciram.com.br)

Nos dia 17 e neste 18 de outubro as imagens de satélite em canais de infra vermelho (IR), realçado e visível (sistema GOES), imagens de alta resolução (do sistema MODIS terra/água) evidenciam a trajetória da pluma (“fumaça”) com as partículas de cinza vulcânicas do vulcão Puyehue, passando pelas regiões central e litoral da Argentina, Uruguai, Rio Grande do Sul (na segunda-feira dia 17/10) e hoje terça-feira já reduziu a visibilidade horizontal e vertical em boa parte de Santa Catarina.

As cinzas foram trazidas pelo Jato Polar desde sua fonte de emissão e, com a estabilidade do ar em níveis inferiores, devido ao sistema de alta pressão que atua sobre a boa parte da Argentina, Uruguai e sul do Brasil a cinza vulcânica acaba fazendo parte da névoa seca (com umidade relativa do ar entre 50 e 60%) que vem sendo observada em baixos níveis da atmosfera e próximo à superfície do Meio-Oeste ao Litoral catarinense. Normalmente a névoa seca é formada por partículas de poeira em suspensão, quando o ar está muito seco.

No caso da nevoa seca que está sendo observada em Santa Catarina, composta em boa parte pela cinza vulcânica, a visibilidade está reduziu para 4 km na horizontal e com teto baixo, permanecendo próximo a 3 mil pés (aproximadamente 900m) na vertical, condições estas que limitam a operação visual de aeronaves para pouso e decolagem em aeroportos catarinenses, principalmente no Litoral Sul e Grande Florianópolis. Os voos nestas condições são feitos com auxílio de instrumentos.

Um estimador de partículas (instrumento de medição) do Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (INPE) confirma a presença das partículas de cinzas no sul do Brasil.

No litoral sul de Santa Catarina ocorreu precipitação no período da manhã e, posteriormente, moradores relatam ter observado uma fina cobertura esbranquiçada sobre os veículos. Boa parte deste pó esbranquiçado pode sim ser composto por partículas provenientes do vulcão mas a proporção, nessa composição, pode ser determinada apenas por medições de laboratórios especializados.

Pelo menos até a próxima sexta-feira (21), ainda pode voltar a ser observada névoa seca por alguns momentos, sobre o estado catarinense.
 
Marilene de Lima – Meteorologista