Comitiva catarinense aprova testes com radar metorológico.

O governador Raimundo Colombo aprovou, nesta segunda-feira, 13, os testes feitos com o radar meteorológico que será instalado em Lontras, no Vale do Itajaí. O equipamento foi construído e testado pela Enterprise Eletronics Corporation (EEC), localizada na cidade de Enterprise, no estado do Alabama, nos Estados Unidos.


Foto: James Tavares/Secom.

O radar poderá prever quando, quanto e onde irá chover, além de ocorrências de granizo e tempestades com ventos fortes e a intensidade desses fenômenos. A visita à fábrica contou com a presença dos secretários de Estado da Defesa Civil, Milton Hobus; da Casa Civil, Nelson Serpa; e do prefeito de Enterprise, Kenneth Boswell, que recepcionou a comitiva catarinense. “Este é um momento histórico para Santa Catarina, pois o radar, somado a todo o plano de prevenção na área de desastres naturais, irá mudar a forma como monitoramos e nos preparamos para os eventos climáticos. Assim, aumentamos nossa capacidade de proteção das pessoas”, disse o governador.

Uma equipe da Defesa Civil, composta por técnicos do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram), está em Enterprise desde o começo do mês para receber treinamento de operação de hardware e software e de manutenção do radar. Agora, começa a fase de testes. Os técnicos catarinenses acompanham toda esta etapa e assinam, ao final do processo, a liberação do produto para o Brasil.

O secretário Milton Hobus salienta que será possível emitir alertas à população com até três horas de antecedência. O radar será operado remotamente, sendo que todas as informações serão enviadas para uma central que funcionará na sede da Defesa Civil, no bairro Itacorubi, em Florianópolis. “Este radar deve proporcionar uma mudança de cultura da população catarinense, com ênfase na autoproteção, já que ela poderá saber o que vai acontecer. Não vamos acabar com as tempestades, mas poderemos nos preparar para elas”.

Hobus também afirma que um dos diferenciais do radar é a precisão. O aparelho permite que os dados cheguem com qualidade superiores aos demais radares. “Será possível medir as nuvens e calcular a quantidade de água presente dentro delas”.

Segundo Antonio Carlos Meggiolaro, diretor técnico da Simtech, que representa a Enterprise Eletronics Corporation no Brasil, o equipamento que irá para Santa Catarina é top de linha. “Ele é o que temos de melhor hoje em dia, principalmente em termos de alcance. O radar é mais preciso e permite maior estabilidade e frequência”, explicou.

A Enterprise existe desde 1971 e é uma das líderes do ramo, com mais de mil radares instalados em cerca de 90 países. Só para o Brasil, a empresa fabricou mais de 20 equipamentos. A empresa trabalha em parceria com a Universidade de Oklahoma, onde está instalado o centro nacional americano de meteorologia.


Foto: James Tavares/Secom

Operação
Em Santa Catarina, Epagri/Ciram e Defesa Civil irão operar conjuntamente o radar meteorológico. A equipe irá utilizar os dados do radar para elaborar e emitir os avisos meteorológicos de curtíssimo prazo para a Defesa Civil, agilizando as tomadas de decisão na prevenção, preparação e resposta aos desastres.

Quando começar a operar, o equipamento terá condições de fazer varreduras completas em todas as elevações e, consequentemente, enviar dados meteorológicos a cada oito minutos. “Este é um avanço monumental para a proteção das pessoas, principalmente para se preparar para catástrofes que tantas vezes já atingiram o nosso Estado”, diz o secretário Nelson Serpa.

Radar
O radar vai fornecer dados meteorológicos para a maior parte do território catarinense. Ele ficará a cerca de 900m de altitude na área rural do município de Lontras. O equipamento será colocado sobre uma torre, que está sendo construída no alto da serra que leva a Presidente Nereu. A obra teve início em setembro de 2013 e deve ser concluída até março de 2014, quando o radar deverá ser instalado.

São cerca de 600 toneladas de concreto só na base para suportar a ação do vento e sustentar toda estrutura, composta pela edificação de oito andares, com 25 metros de altura, e pelo radome (proteção) do radar, que pesa 12,7 toneladas e tem mais de 12m de diâmetro.

O Estado está investindo R$ 5,5 milhões, do Fundo Estadual da Defesa Civil, para a compra do radar. Também foram destinados R$ 2,4 milhões para a construção da torre em Lontras e R$ 106 mil para supervisão e projeto da estrutura que irá abrigar o equipamento.

O aparelho vai permitir o acompanhamento do clima 24 horas por dia em Santa Catarina. A tecnologia oferece uma margem de tempo de até três horas de antecedência. Numa situação de risco, a população poderá ser alertada com tempo hábil para se proteger ou para que as áreas possam ser evacuadas. 

Região Oeste
O governo já pensa em uma saída para a faixa da região Oeste, que ficará de fora do alcance do radar. Um novo equipamento deve ser instalado na região através do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). O novo radar será fornecido pelo governo federal, enquanto as despesas com operação e manutenção ficam a cargo do Estado. Segundo a Defesa Civil, ao local para a instalação, assim como os prazos, ainda não foram definidos.

Plano de prevenção
O radar meteorológico faz parte da primeira fase do plano de prevenção e mitigação de desastres naturais em SC, uma parceria entre governo do Estado e governo federal. Entre as outras obras incluídas nesta etapa, estão ainda a construção de novas barragens de pequeno porte no Alto Vale do Itajaí e ampliação das barragens de Taió e Ituporanga, também no Alto Vale. No final de 2013, foi oficialmente autorizado o início das obras em Taió e Ituporanga, que devem ser concluídas no prazo de até 18 meses (até maio de 2015).

Em caso de novas enchentes, a previsão é de que, com as ampliações concluídas, as melhorias permitam reduzir consideravelmente o nível da água em relação ao que ocorreria com a estrutura atual. As obras desta primeira fase somam investimentos de cerca de R$ 600 milhões, sendo metade do governo do Estado e metade do governo federal. Com as próximas duas etapas previstas, os investimentos sobem para mais de R$ 1 bilhão.

Fonte: SECOM