Governo de Santa Catarina orienta gestores para reconstruir Alagoas

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Para compartilhar experiências sobre a tragédia ocorrida em 2008, no estado de Santa Catarina, técnicos do Governo e da Defesa Civil catarinense, apresentaram nesta quinta-feira (8), ao governo de Alagoas, as estratégias utilizadas para gerenciar os desastres decorrentes das chuvas. 

Fonte (texto e fotos): www.agenciaalagoas.al.gov.br

Em Alagoas, de acordo com os últimos números da Defesa Civil, já são mais de 47 mil pessoas desalojadas, 37 mortes e aproximadamente 182 mil pessoas afetadas. São 15 os municípios em Estado de Calamidade Pública e quatro em Situação de Emergência. Já em Santa Catarina foram mais de 80 mil pessoas, entre desalojadas e desabrigadas, 135 mortes e 14 municípios decretaram Estado de Calamidade Pública.

Os números foram apresentados pelo major da Polícia Militar de Santa Catarina e diretor do Departamento Estadual de Defesa Civil, Emerson Emerim, que destacou o trabalho realizado em conjunto pelos órgãos daquele Estado.

Entre as principais dificuldades enfrentadas, o diretor apontou a reconstrução das casas em terrenos legalizados e fora das áreas de risco. “A causa principal do nosso desastre foi o deslizamento de terras, por isso nossa maior preocupação foi reconstruir, prevenindo futuros danos”, disse.

O major ainda frisou a criação, por meio de decreto, do Grupo Reação e do Grupo Técnico Científico. Ele foi criado para assessorar o governo na definição das prioridades relativas à reparação dos danos causados pelas chuvas e na avaliação e identificação das causas, efeitos e adoção de medidas preventivas aos desastres naturais ocorridos em Santa Catarina.

“Essa medida foi importante para que ajustássemos algumas estratégias, como a criação do auxílio reação que beneficiou várias famílias com o repasse de R$ 415,00 durante seis meses”, declarou o major.

Um dos pontos positivos foi a implantação de Defesas Civis Municipais atuando diretamente em cada localidade. Santa Catarina recebeu do governo federal R$ 360 milhões, e de doações, R$ 36 milhões. Os valores foram aplicados na reconstrução de casas, compra de terrenos e prestação de socorro e assistência às vítimas.

Durante a sua apresentação, o major Emerim alertou para a importância de uma boa articulação entre o Estado e União, além do treinamento de voluntários na triagem de donativos. “Muitos querem ajudar, mas não sabem como. Outro problema foi a doação de roupas, pois boa parte não estava em condições de uso”, concluiu.

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Para o diretor geral da Secretaria do Planejamento de Santa Catarina, Túlio Tavares Santos, essa troca de experiências com Alagoas é fundamental para evitar erros cometidos na tragédia catarinense. “Em Situação de Emergência há acertos, mas também muitos equívocos. Estamos aqui para ajudar no que for necessário, colocando, inclusive, os nossos técnicos à disposição do governo de Alagoas”, afirmou.

O secretário adjunto de Estado do Planejamento e do Orçamento de Alagoas (Seplan), Antonio Carlos Quintiliano, lembrou que até então a última catástrofe no estado, ocorrida em 1969, teve uma proporção muito menor se comparada a deste ano.

“Essa junção de esforços tem o propósito de auxiliar no processo de reconstrução dos municípios afetados e na ajuda às famílias, absorvendo as boas práticas aplicadas em Santa Catarina, ajustando a nossa realidade”, frisou.

O encontro foi marcado pela presença de representantes das áreas de Saúde, Habitação, Pesquisa e Infraestrutura de Santa Catarina, além de membros do governo de Alagoas.