Auxílio financeiro deve ser liberado para municípios afetados pelas chuvas de junho

Foto: James Tavares/Secom

O secretário da Defesa Civil, Rodrigo Moratelli, esteve nesta sexta-feira, 11, em Águas de Chapecó, São Carlos, Palmitos e Itapiranga, no Oeste Catarinense, para verificar os danos provocados pelas chuvas que atingiram a região entre os dias 23 e 30 de junho.

Reunido com os prefeitos, Moratelli informou que o Governo do Estado está liberando recursos para a mobilidade necessária, como compra de óleo diesel para as máquinas, que auxiliam na recuperação de estradas.

Nesta última semana, conforme o secretário da Defesa Civil foram protocoladas informações junto ao Governo Federal para a aquisição de recursos que envolvem a reabilitação dos locais, como a locação de máquinas para recuperar pontes, estradas e outros. Os recursos devem ser liberados em torno de 15 a 20 dias. 

“Agora estamos em uma nova etapa, fazendo os projetos de reconstrução, que engloba casas destruídas e obras de maior complexidade. Acreditamos que dentro de 10 a 15 dias possamos também protocolar no Governo Federal e discutir com o Estado a origem dos recursos para executar as obras. Tudo o que foi destruído está sendo analisado para a definição de um plano e de uma estratégia para reabilitar e reconstruir os locais”, disse Moratelli.

Danos

Com uma população aproximada de 6 mil habitantes, Águas de Chapecó foi o município da região com os maiores danos, por isso decretou Estado de Calamidade Pública. Conforme o prefeito André Max Tormen, os prejuízos chegam a R$ 9,5 milhões nos patrimônios públicos e privados. A precipitação entre os dias 23 a 27 de junho chegou a 450 mm. 

Na área urbana, 350 residências foram danificadas. Foram atingidas 1,6 mil pessoas, sendo que 50 ficaram desabrigadas. No interior os danos foram nos acessos às propriedades, com queda de pontes e barreiras, causando perdas e prejuízos nas lavouras de soja, na atividade leiteira, na criação de frangos e suínos. 

“As pessoas desabrigadas ainda não voltaram para suas casas. Elas foram alocadas em kitinetes e a prefeitura está pagando o aluguel. Ainda estamos buscando auxílios e doações. No interior estamos fazendo a recuperação da malha viária dentro das nossas possibilidades, mas há ainda muito que fazer”, informou o prefeito. 

O município de São Carlos decretou Situação de Emergência. Cerca de 2 mil pessoas foram atingidas, 60 desabrigadas, cerca de 600 quilômetros de estradas foram danificados, além de pontes, bueiros e pontilhões. Os prejuízos superam R$ 8 milhões. 

Palmitos também decretou Situação de Emergência. Com cerca de 16 mil habitantes, foram aproximadamente 2 mil pessoas atingidas e os prejuízos estimados são de R$ 13 milhões. As estradas vicinais e os acessos às propriedades foram 50% danificados, além de pontes, pontilhões e bueiros. 

As chuvas causaram prejuízos nas lavouras, na produção de pastagem. Houve redução de aproximadamente 30% na produção de leite. Também foram registrados estragos na plantação de fumo de inverno, na suinocultura, na avicultura, no gado de corte e no leite. Ainda ocorreu um deslizamento de solo em um trecho da SC-283, dentro do perímetro urbano e que continua interditado. 

O turismo, uma das fontes de renda do município, também teve grandes prejuízos. O prefeito de Palmitos, Norberto Gonzatti, destacou que o trabalho agora está voltado à reconstrução de estradas, pontilhões, além da recomposição da questão turística do município, que inclui o Balneário de Ilha Redonda e o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. 

Em Itapiranga, município que também decretou Situação de Emergência, foram 91 famílias afetadas. As chuvas também causaram prejuízos na agricultura, no comércio e nos prédios públicos. O total dos danos foi de R$ 17,8 milhões.

O secretário Ecker explicou que as SDRs e o Deinfra estão realizando a limpeza e as operações necessárias para garantir a trafegabilidade nas rodovias do Estado. 

Chuvas em SC

Santa Catarina enfrentou dois períodos de fortes chuvas em junho. No primeiro, entre os dias 5 e 10, foram 42 cidades afetadas, principalmente na região Norte do Estado. Destas, 38 decretaram situação de emergência ou calamidade pública, sendo que 22 tiveram seus relatórios apresentados na reunião desta quarta, em Brasília. Foram cerca de 460 mil pessoas afetadas nesse período de chuvas.

Na segunda ocorrência no mesmo mês, entre os dias 23 e 30, foram 60 cidades afetadas, a maioria na região Oeste do Estado. Segundo dados da Defesa Civil, 42 municípios decretaram situação de emergência e cerca de 650 mil pessoas foram afetadas. As ações emergenciais já foram tomadas e os danos das estruturas que precisarão de recursos para reconstrução ainda estão sendo calculados, mas a previsão é de que será necessário um valor menor do que o registrado na primeira ocorrência.