Primeira videoconferência é realizada no CIGERD de Florianópolis

 

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Foto: Cleiton C. Ferrasso/ Ascom Defesa Civil

Pela primeira vez, o Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CIGERD), que está na fase final de obras, sediou uma videoconferência. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) usou o espaço, nesta sexta-feira, 8,  para realizar a conferência com as Gerências Regionais de Saúde. O Cigerd Regional de Canoinhas também sediou a sala para a equipe local. A reunião faz parte da mobilização nacional, proposta pelo Ministério da Saúde contra o mosquito Aedes Aegypti, que transmite a Dengue, Zika e Chikungunya.

De Florianópolis, a reunião foi comandada pela Sala Estadual para o Combate ao Aedes Aegypti. Foi apresentado às equipes regionais o resultado do Levantamento de Índice Rápido para Aedes Aegypti (LIRAa) realizado pelos municípios infestados pelo mosquito em novembro. A partir das informações, foi solicitado para reforçar a prevenção e os cuidados básicos para não criar larvas do mosquito, principalmente nas casas.

“Estamos aqui para buscar o comprometimento do poder público, das prefeituras, das secretarias municipais de saúde, dos gerentes regionais de saúde e dos agentes de endemias para combatermos o mosquito Aedes aegypti em nosso estado, pois este ano tivemos um aumento expressivo no número de focos. Acredito que, a partir desta videoconferência, todos irão triplicar as ações para evitar que essas doenças graves aconteçam em Santa Catarina”, disse o secretário Adjunto de Estado da Saúde, Murillo Ronald Capella, na abertura do evento. Até o dia 25 de novembro, foram identificados 10.361 focos de Aedes aegypti em Santa Catarina – número 57,0% maior ao registrado no mesmo período do ano passado.

O secretário de Estado da Defesa Civil, Rodrigo Moratelli, reforçou o apoio da equipe da Defesa Civil nesse combate. “Temos um batalhão de agentes pelo estado e nossa preocupação é tornar efetivo esse trabalho de campo para reduzirmos o impacto na nossa sociedade”, enfatizou. Participaram, também, do encontro, o chefe da divisão de Gestão Estadual do Ministério da Saúde, Rogério Mendes Ribeiro; o superintendente de Vigilância em Saúde da SES/SC, Fábio Gaudenzi; o diretor de Vigilância Epidemiológica da SES/SC, Eduardo Macário; o coordenador da Sala Estadual para o combate ao Aedes aegypti/SC, João Fuck; e os coordenadores do programa de controle da dengue dos municípios de Florianópolis e de São José. “É importante que fique bem claro que, sem mosquito, não teremos as doenças transmitidas por ele. Então, o foco das ações deve ser o controle do vetor”, frisou Fábio Gaudenzi.

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Foto: Cleiton C. Ferrasso/ Ascom Defesa Civil

Na videoconferência, as Gerências Regionais de Saúde participantes estiveram conectadas em tempo real. Esta foi a primeira transmissão realizada pelo CIGERD, que deverá ser oficialmente inaugurado no primeiro trimestre de 2018, marcando o início de uma nova política de gestão de riscos em território catarinense. “Todas as interfaces do governo estarão reunidas nesta estrutura, acelerando os atendimentos. Ao diminuir o tempo de resposta, evitamos que uma crise se transforme num desastre e que um desastre se transforme em catástrofe”, enfatizou o secretário Rodrigo Moratelli.

LIRAa

O LIRAa foi realizado pelos  municípios infestados em abril e novembro com o objetivo de identificar áreas com maior proporção/ocorrência de focos e os criadouros predominantes. O Levantamento indica o risco de transmissão no município; possibilita o direcionamento das atividades para áreas de maior risco, e para os principais recipientes inspecionados. Ele também pode ser utilizado como ferramenta de mobilização.

Índice de Infestação

Durante a videoconferência, foram apresentados os resultados do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) realizado por 58 dos 61 municípios considerados infestados pelo mosquito no mês de novembro. “Destes, 34 estão em situação de alerta, com índices de infestação ente 1 e 3,9; 23 apresentam situação satisfatória, com índices abaixo de 1; e um município está em situação de risco – São Domingos – que apresentou índice de infestação acima de 3,9”, explicou João Fuck, coordenador da Sala Estadual para o combate ao Aedes aegypti/SC. O LIRAa prevê a vistoria de uma amostra de 20% do total de imóveis existentes no município e calcula o índice de infestação para cada 100 imóveis inspecionados. Até o momento, os municípios de Florianópolis, Nova Itaberaba e Joinville ainda não concluíram o LIRAa.

De acordo com o levantamento, dos 40.653 depósitos que continham água parada inspecionados, ou seja, todos potenciais criadouros do mosquito Aedes aegypti, a maioria era lixo ou sucata (15.003) e depósitos móveis, como balde, prato de planta, bebedouro de animais e reservatório de geladeira (12.139). Recipientes fixos, como calhas, piscinas e ralos, totalizaram 7.045.

Importante instrumento para direcionar as ações de controle do mosquito, o LIRAa é realizado anualmente nos meses de abril e de novembro, por orientação da Estratégia Operacional para Prevenção e Controle da Dengue, Febre de Chikungunya e do Zika Vírus no estado de Santa Catarina. No LIRAa de abril, foram inspecionados 43.814 depósitos que continham água parada em 55 municípios. “Com base nestas informações, o gestor municipal e suas equipes têm um diagnóstico da situação entomológica local, permitindo melhor condução das ações de combate ao Aedes aegypti durante o verão, época de maior proliferação do mosquito e de transmissão das doenças”, frisou Eduardo Macário, diretor da Dive/SC.

 

Texto: Cleiton C. Ferrasso e Ascom Dive