Primeiro dia de Seminário fecha com salas lotadas e 20 palestras de especialistas

O primeiro dia do II Seminário Internacional de Proteção e Defesa Civil encerrou com 20 palestras nacionais e internacionais e casa cheia, além de exposição de trabalhos e experiências exitosas na área. Cerca de 1800 pessoas se inscreveram no evento, que ocorre até esta quarta-feira, 14, no Centro de Eventos Luiz Henrique da Silveira em Florianópolis.

Na programação, 12 sessões temáticas integram o seminário, e na tarde do primeiro dia, foram quatro salas com palestrantes de diversas partes do país e do mundo. Na sessão de Logística Humanitária, quatro profissionais comentaram sobre o assunto: Armin Braun, Mirian Buss, Paulo Gonçalves e Adriana Leiras. Cada um, ganhou cerca de meia hora para falar do tema. Em sua palestra, Adriana Leiras abordou a educação na escola voltada para a defesa civil. “O ensino básico precisa ter temas voltados à defesa civil e à iniciativa de resiliência “, disse. 

A segunda sala também contou com participação massiva de público para acompanhar a sessão temática de Ameaças e Medidas Mitigatórias. Também quatro profissionais falaram sobre o assunto: Massato Kobiyama, Luiz Antônio Bressani, Hudson Régis Oliveira e Sandra Fernandes da Silva, que substituiu Jorge Pimentel, ela que trabalha no Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e destacou os mapeamentos em áreas de risco no Brasil. A especialista acrescentou que Santa Catarina contratou o serviço e em breve terá todo o território mapeado e o resultado auxilia na prevenção. “Precisamos saber identificar onde os problemas estão para poder agir preventivamente”, destacou.

A sessão três recebeu outros quatro grandes nomes, agora para falar de Segurança Pública, Inteligência e Redução dos Riscos de Desastres: o Secretário Nacional de Segurança Pública, General Carlos Alberto dos Santos Cruz; o ex comandante geral da Polícia Militar de São Paulo, Ricardo Gambaroni; o comandante da Polícia Militar de Santa Catarina, Coronel Araújo Gomes; e o coronel da reserva remunerada da Polícia Militar de Santa Catarina, Giovani de Paula.

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Cruz ressaltou a importância da união das forças para diminuir os riscos: “Os resgates e todos os atos heróicos são incríveis, mas tem que atuar na prevenção e é muito maior, e está sim na mão do poder público. O planejamento vai além da Defesa Civil, tem que vir do governo. O público que ocupa as áreas de risco em encostas por exemplo, favorece não só as tragédias climáticas, mas outros problemas como a criminalidade e os riscos à saúde. E isso tudo vem de uma falta de responsabilidade histórica!”

Recém nomeado, o comandante da Polícia Militar de Santa Catarinia ainda acrescentou sobre o trabalho da PMSC na prevenção. Gomes citou o Programa Ajuda Humanitária, que tem as Forças de Resposta Rápida com cerca de 800 viaturas para atuar em todo o Estado. “Assim como o bombeiro usa técnicas como RCP para salvar as pessoas, nós usamos nosso método que também reflete no futuro de muitos cidadãos. Trabalhamos para proteger os bons”, frizou.

Já na quarta sessão, os professores portugueses Esteban Castro, José Manuel Mendes e Mário Freitas; e a geógrafa e pesquisadora Silvia Saito, explanaram sobre Dinâmicas Sociais e Vunerabilidades, com a apresentação de cases e discussões como os sistemas de alerta, onde Saito comentou: “É preciso evoluir nos conceitos, mas sem esquecer que o sistema deve estar mais focado nas pessoas, na prevenção e na segurança delas, do que na técnica em si”.

A grade do evento ainda seguiu com show cultural de boi de mamão, finalizada com mais duas palestras: Política e regulamentação de uso da terra, sua aplicação e novos riscos com o professor e pesquisador americano Ben Wisner e “Segurança Pública ou Segurança Nacional”, com o General Augusto Heleno Ribeiro Pereira, o 1o Force Commander de Missão de Paz da ONU no Haiti.

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Wisner deu exemplo de diversas tragédias ocorridas em território brasileiro devido ao crescimento desenfreado, como os deslizamentos de Petrópolis, no Rio de Janeiro, segundo ele, resultado do movimento na indústria do turismo. Logo, mais casas de temporadas foram construídas, além de moradias para quem trabalha na área, levando ao domínio das áreas impróprias. “E mais, comentou: mesmo que as pessoas tenham recursos financeiros, caso não sejam bem instruídas e não tenham acesso político, não se ajudam e aí ocorrem os problemas.

Já o General Augusto Galeno falou sobre a intervenção militar e a situação do Rio de Janeiro fazendo um paralelo com a experiência adquirida nas mais diferentes missões, dentre a Estabilização no Haiti (MINUSTAH). Dentre os pontos abordados o mecanismo para a utilização das forças armadas na segurança pública que não pode ser definitivo. Da mesma forma dos problemas encontrados na temática. “Nosso sistema penal hoje é um problema seriíssimo”, disse.

O SIPDC 2018 segue nesta quarta-feira e os horários de palestras e atividades podem ser acessados no site do evento: www.sipdc2018.com.br.