Setembro, outubro e novembro: La Niña será responsável por uma primavera mais seca em SC

Em setembro e outubro, inicia a época das chuvas de primavera, resultando em totais mensais de precipitação mais elevados. Em boa parte dos municípios catarinenses, a maior precipitação do trimestre ocorre em outubro, com totais acumulados de 210 a 280mm no Oeste e Meio-Oeste, e de 140 a 180mm do Planalto ao Litoral. Em novembro, o volume de chuva diminui, com valores de 130 a 180mm, em média, no Estado. Na primavera de 2010, no entanto, estes totais de chuva devem ficar abaixo da média climatológica, em SC, devido à atuação do fenômeno La Niña.

Fonte: Ciram (www.ciram.com.br)

Dentro desses meses, há uma perspectiva mais otimista para setembro, com chance de chuva melhor distribuída no tempo e no espaço, e valores que podem se aproximar da média climatológica. Já os meses de outubro e novembro, devem ser marcados por pouca chuva, com predomínio de sol e períodos prolongados de tempo firme e seco, o que pode acarretar em problemas para a agricultura e abastecimento de água. Em períodos contínuos sem chuva, o solo fica bastante seco e, este fator aliado à baixa umidade do ar, favorece a ocorrência de focos de incêndio.

Os episódios de precipitação devem ocorrer especialmente associados a frentes frias, com deslocamento rápido pelo Estado, e pela influência de sistemas de baixa pressão, iniciando, na segunda quinzena de novembro, o processo convectivo. A primavera é marcada também por temporais com granizo, mas nesta, em especial, a frequência desses eventos deve ser menor. Vale salientar que, mesmo com menor frequência, episódios de chuva intensa, em curto espaço de tempo, podem ocorrer, resultando em totais de chuva superior a média climática mensal, em alguns municípios ou regiões.

A previsão é de temperaturas próxima à média climatológica, em todas as regiões, no trimestre SET/OUT/NOV.

Os indicativos é de que as baixas temperaturas registradas na madrugada, características do inverno, se estendam até a primavera. O chamado frio tardio ainda pode provocar ocorrência de geada até a primeira quinzena de outubro, especialmente nas áreas altas do Estado. Neste período, as massas de ar frio e seco devem continuar chegando a Santa Catarina com frequência, e isto por influência do fenômeno La Niña. Sendo um trimestre mais seco do que o normal, espera-se uma maior amplitude térmica diária (diferença entre a temperatura máxima e temperatura mínima do dia). Assim, as temperaturas mínimas, na madrugada, estarão mais baixa do que o normal e, durante o dia, as temperaturas máximas ficam de agradáveis a elevadas.

A Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Pacífico Equatorial, região de monitoramento do fenômeno El Niño – Oscilação Sul (ENOS)

Assim como foi observado em julho (Figura 1), agosto (Figura 2) também registrou águas superficiais mais frias (TSM abaixo da média climatológica) na área oceânica do Pacífico Equatorial Leste, entre -1,0 e -2,0°C, mantendo a evolução do fenômeno La Niña, que tende a intensificar-se nos próximos meses, com previsão de intensidade moderada a forte. O estabelecimento do fenômeno muda o padrão geral de circulação atmosférica, tendo influência no clima regional e global, afetando especialmente o regime de chuva em Santa Catarina, com diminuição dos volumes. Ressalta-se que, especialmente quando ocorre em meses de primavera, o fenômeno La Niña pode resultar em impacto para a agricultura do Estado. A Epagri/Ciram recomenda o acompanhamento dos boletins e informações disponibilizados neste site, sobre a previsão climática para os próximos 3 meses.