Workshop define novos passos sobre previsões para o El Niño

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Fotos: Wallace Rufino- SDC/SC.

Iniciado por volta de 9h, o primeiro workshop El Niño foi considerado um passo fundamental para que os Estados participantes possam trocar informações no que tange meteorologia e preparação para possíveis influências de fenômenos climáticos. O Representante da Onu, no Brasil, David Stevens afirmou que é importante tentar entender o que está por vir. “A reunião é técnica e interessante. Fundamental a antecipação dos fatos, como o El Niño”, destacou.

O encontro reiniu representantes das Defesas Civis de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O Rio Grande do Sul também enviou um representante. O Secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Adriano pereira Júnior veio à Florianópolis para acompanhar os trabalhos e lembrou que pensar em prognóstico de fenômenos como o esperado e que sempre deixam marcas na sociedade é importante. “ Com seca no Nordeste, chuva extrema no Sul é preciso trabalhar isso. Existem dados e cada Defesa Civil Estadual pode se preparar. Precisamos fazer mais workshops, conferências, fóruns. Vamos adiquir cultura e refletir sobre essas questões. Santa Catarina está no caminho certo”, enfatizou.

Já o Gerente do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina – Ciram, órgão oficial do estado na previsão do tempo, Edson Silva, frisou a recorrência dos desastres naturais. “Eventos Naturais ultrapassam fronteiras. Precisamos nos preparar. O Ciram auxilia na previsão do tempo. Possui estações meteorológicas e técnicos para prestar auxílio”. Finalizou.

Com aproximadamente 90 participantes, os Estados envolvidos destacaram como funciona cada estrutura institucional. O que se fazem diariamente para estarem preparados para possíveis influências de fenômenos climáticos. Como o El Niño ainda está em configuração, falar em danos é precoce. As Defesas Civis, amparadas pelo serviço dos meteorologistas têm um panorama de previsão. Os dados demonstram que o El Niño deve chegar com influência de fraco a moderado, nos Estados. No entanto, o cenário vai se confirmar assim que as previsões comecem ganhar mais força. A previsão é que nos próximos meses a influência do fenômeno seja sentida pelos Estados do Codesul, mais São Paulo. O El Niño por característica natural apresenta chuva acima do normal e até mesmo seca em algumas regiões, por isso é cedo fazer qualquer menção com certeza.

Segundo o Secretário de Estado da Defesa Civil de Santa Catarina, Rodrigo Moratelli, a reunião de trabalho, chamada de workshop é importante para que possamos analisar o que ocorre nos Estados vizinhos e no Governo Federal para somar esforços e reduzir impactos financeiros, econômico e humano. “A Decisão de realizar o evento, em Florianópolis, entendendo que uma região reflete noutra. É um passo para que tenhamos eficácia nas ações futuras, em relação ao El Niño. Precisamos cada vez mais fazer simulados, uniformizar a informação, evitando dados levianos” disse Moratelli.

As palestras conduzidas no decorrer dos trabalhos trouxeram dados de como deve se comportar o El Niño.  De acordo com Mário Quadros, do Instituto Federal de Santa Catarina e Ana Bárbara Coutinho Melo,  representante do Cemaden, Inpe e Cpetec, o El Niño traz mudanças iniciais na região do Oceano Pacífico, como o aquecimento das águas superficiais. Existem dois tipos de El Niño, o Canônico e o Modoki. O que cada um desencadeia não se sabe, são duas situações como ondas de Kelvin, que são ondas que vem da região da Indonésia em direção a América do Sul. No entanto, são consideradas suaves. E ainda tem o aquecimento das águas oceânicas. Como o El Niño está em desenvolvimento precisa ser acompanhado para se ter certeza da influência no tempo.

Conforme os especialistas, os impactos do El Niño, podem sersentidos nos meses de junho, julho, agosto, dezembro,  janeiro e até mesmo fevereiro. Sobre as temperaturas das águas do Oceano Atlântico podem ficar mais frias no Norte e quente no Sul. No Brasil, as regiões Norte ficaa mais seca e o Sul com chuva acima do normal, como foi registrado entre 1997 e 1998, quando o El Niño Canônico. O Fenômeno também trouxe efeitos entre 2002 e 2003. Dessa vez o Modoki.

“Há 10 anos, especialistas se reúnem para tentar ter uma previsão mais precisa. Mensalmente ocorrem os encontros, com boletins trimestrais, através de Fóruns em Santa Catarina”, salientou Quadros.

Apesar do esforço, a previsão apresenta mais segurança num período que alcança 15 dias.No período de três meses é um comportamento, estudado, através de dados armazenados historicamente.

Após essas explanações, o grupo de participantes ouviu cada Estado e ficou pré-estabelecido, que os Estados participantes deverão se reunir novamente, com intervalos estimados de 15 dias para fazer uma nova leitura das previsões e como o El Niño e possível evento climáticos se comportam ou influências que podem trazer à sociedade.

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