Ponte Metálica

KIT PREVENTIVO METÁLICO DE TRANSPOSIÇÃO DE OBSTÁCULOS

A Defesa Civil de Santa Catarina, em uma ação inédita e inovadora, realizou o reaproveitamento das peças metálicas utilizadas no processo de restauração da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis.

A iniciativa busca atender uma grande demanda de pontes vicinais dos municípios catarinenses. O projeto teve início em 2019 e esta sendo colocado em prática pelas empresas Teixeira Duarte e RMG Engenharia, que atuam na recuperação da Ponte Hercílio Luz. As duas empresas desenvolveram os projetos dos kits com a missão de desenvolver o maior número de ponte com o maior tamanho de vão possível.

Beneficiamento das peças de aço para os kits metálicos. Foto: Flávio Jr, Ascom DCSC.

O resultado foram projetos bem pensados, racionais e econômicos, que utilizam as vigas metálicas da Ponte Hercílio Luz como longarinas, parte mais cara da estrutura da ponte. No termo de parceria, os municípios ficam a cargo da execução das pré-lajes que formam as transversinas e a laje de cobertura, resultando no tabuleiro da ponte.

Os custos de uma ponte em concreto de 10 metros, com a mesma capacidade de carga (45 toneladas), gira em torno de R$ 160 a R$ 200mil, com os kits a economia nessa estrutura é de 40% a 70%.

Além da vantagem da economia, a Defesa Civil fornece os projetos da superestrutura, cabeceiras e pilares centrais, todos com Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Da mesma forma, a equipe técnica da DCSC apóia a execução e avaliações necessárias no processo.

Longarinas prontas para a instalação nos municípios. Foto: Flávio Jr, Ascom DCSC.

Junto ao kit é repassado ao município o manual de montagem com todos os detalhes do processo que detalha passo a passo todo o processo.Dentre as informações estão os pesos das peças e equipamentos que serão necessários para a montagem.

Para a instalação das estruturas são realizados estudos hidrológicos para um melhor dimensionamento das pontes, melhorando as cotas de inundações e a segurança. Estas ações garantem o tempo de vida das estruturas, já que a excelente qualidade do aço e tipo de liga do material possibilita a durabilidade de mais de 200 anos.

Pensando nesse fator também é entregue o manual de manutenção e conservação, que propõe medidas extremamente simples e baratas para os municípios, exigindo como manutenção basicamente a pintura e capina da vegetação.

A Cada dia mais municípios catarinenses aderem ao projeto para a substituição de pontes de madeira ou pontilhões em situação precária. O projeto pode sofrer adaptações para que as necessidades dos municípios sejam atendidas. Os kits metálicos podem ser construídos de 4 a 40 metros de comprimento com a utilização de pilares centrais. Também é possível atender pontes urbanas ou em rodovias que necessitem de mão-dupla chegando até 10,4 metros de largura. Da mesma forma, os guarda-corpos são pensados para atender as mais diferentes necessidades, permitindo até mesmo a passagem de máquinas agrícolas.

Projeto do kit metálico. Fonte DCSC.

Os projetos das cabeceiras e pilares foram desenvolvidos para atender os municípios que não dispõe de equipe técnica e facilitam o processo, mas também podem ser alterados de acordo com a necessidade de cada localidade, podendo ser construído em pedra ou no material que ficar mais em conta para o município além de reaproveitamento de estruturas em bom estado.

Os consórcios e associações dos municípios estão se organizando para auxiliar nos processos de licitações, logística e acompanhamento das execuções, viabilizando todo o processo de forma prática, rápida e mais econômica. Como exemplo dos envolvidos temos a Amvali e o Cincatarina que garantem a redução dos custos e a qualidade dos serviços executados.

No total serão 532 kits com vãos que variam de 4 a 15 metros. Não existe limite para o repasse de kits, dependendo apenas da capacidade de cada município e estoque da Defesa Civil.

As pontes a serem substituídas devem estar dentro da malha viária, ou seja, de domínio público. Para participar do Projeto os Municípios devem possuir defesa civil municipal instituída, coordenador de defesa civil nomeado e plano de contingência finalizado (com audiência pública e decreto). O processo é regulamentado através da Instrução Normativa 07/2019, onde são definidos os critérios que os municípios precisam atender para receber os kits e a documentação necessária.

Mais informações através do telefone (48) 3664-7051 ou WhatsApp (48) 99631-2152, a responsável pelo Projeto é Gerente de Restabelecimento e Reconstrução da DCSC, Fernanda Patrícia de Oliveira.