Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil

Nota Meteorológica SDC/SC 28/05 – Previsão Climática para o inverno de 2025

Elaborado em: 28 de maio de 2025

Meteorologista: Nicolle Reis

No próximo trimestre – junho, julho e agosto – inicia o período do inverno no Hemisfério Sul. Em Santa Catarina, esta época do ano se caracteriza pela maior frequência na passagem de frentes frias e atuação de ciclones. No entanto, é importante destacar que nos próximos meses os volumes de chuva diminuem significativamente em comparação ao verão, sendo agosto o mês mais seco no estado. Além disso, a atuação de massas de ar frio de origem polar também se torna mais frequente nos próximos meses e, por isso, são esperadas as menores temperaturas do ano.

Durante este período, a previsão mantém a condição de neutralidade no Oceano Pacífico, ou seja, sem a atuação de El Niño ou La Niña (Figura 1). Apesar de não haver configuração de nenhum dos fenômenos, o Pacífico equatorial encontra-se levemente mais frio do que o normal, o que poderia impactar negativamente nos volumes de chuva no próximo trimestre.

Figura 1: Previsão probabilística do fenômeno El Niño – Oscilação Sul. Fonte: Climate Prediction Center (CPC).

Assim, de forma geral, espera-se que o padrão de precipitação do inverno ocorra dentro da normalidade, podendo apresentar volumes de chuva ligeiramente abaixo da média em algumas áreas, principalmente no Oeste – região que já vem sendo afetada pela estiagem nos últimos meses. Apesar deste aspecto, não quer dizer que não possa ocorrer algum evento de chuva extrema que traga volumes acima do esperado, mas essa não será a “regra”.

Em relação às temperaturas, se houver menos chuva, o sol aparece com maior frequência, resultando em dias de temperaturas acima da média para esta época. Com a chegada de massas de ar frio mais frequentes deve haver dias de frio intenso e até com registro de geada ou precipitação invernal, porém estes eventos não devem ser duradouros. 

HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS

De acordo com o Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), que abrange 29 anos de dados (1995-2019) e 5540 ocorrências de desastres, as ocorrências de chuvas mais intensas costumam se concentrar entre os meses de setembro e março (Figura 1). 

Já nos meses de junho, julho e agosto, o volume de chuvas diminui em comparação aos meses de primavera e verão. Além do menor acumulado de precipitação, as tempestades severas também se tornam menos frequentes. Consequentemente, costuma haver uma diminuição no número de registros de ocorrências meteorológicas nos meses de inverno. 

Figura 1. Distribuição mensal do total de ocorrências (1995-2019). Fonte: UFSC, 2020.

Apesar da diminuição no número total de ocorrências relacionadas às condições de tempo, em junho e julho ainda se espera um número considerável de ocorrências relacionadas às chuvas intensas, como enxurradas, em torno de 45 a 48 (Figura 2). No entanto, em agosto – mês mais seco do ano – este número cai para apenas 2 ocorrências. 

Figura 2. Distribuição mensal das ocorrências relacionadas às chuvas intensas (1995-2019). Fonte: UFSC, 2020.

Um comportamento semelhante é observado para os casos relacionados a alagamentos (Figura 3), que apresentam uma redução gradual entre junho (18), julho (08) e agosto (06).

Figura 3. Distribuição mensal das ocorrências por alagamentos. Fonte: UFSC, 2020.

A ocorrência de chuvas intensas também reflete no número de movimentos de massa no estado (Figura 4). Ao contrário das outras ocorrências, no caso dos deslizamentos, o mês de junho é o que mais apresenta casos (16). Já nos meses de julho (02) e agosto (07) há uma redução significativa. 

Figura 4. Distribuição mensal de ocorrências relacionadas à movimentos de massa (1995-2019). Fonte: UFSC, 2020.

RECOMENDAÇÕES

No caso de alagamentos e enxurradas, evite o contato com as águas e não dirija em locais alagados. Não transite sobre pontilhões e pontes submersas. Cuidado com crianças próximas a rios e ribeirões. Em casos de movimentos de massa, atente-se à inclinação de postes e árvores, a qualquer movimento de terra ou rochas próximo à sua residência e ao aparecimento de rachaduras em muros e paredes. 

Durante temporais com raios, rajadas de vento e granizo, busque local abrigado, longe de árvores, placas e de outros objetos que possam ser arremessados. Na praia, não fique na água.

A Secretaria da Proteção e Defesa Civil reitera a necessidade de acompanhar diariamente os Avisos e boletins de previsão do tempo devido às constantes atualizações nos modelos meteorológicos.

#DEFESACIVIL, SOMOS TODOS NÓS.