Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina

Nota Meteorológica SDC/SC 19/12 – Previsão Climática para o trimestre Janeiro, Fevereiro e Março de 2026

Elaborado em: 19 de dezembro de 2025

Meteorologistas: Caio Guerra e Nicolle Reis

No 236º Fórum Climático Catarinense, realizado no dia 19 de dezembro, foi discutida a previsão de consenso para os próximos meses, com a participação de meteorologistas de diversas instituições do estado de Santa Catarina. Estiveram presentes representantes da Secretaria de Proteção e Defesa Civil de SC, Epagri/Ciram, AlertaBlu, além de profissionais e pesquisadores de instituições de ensino como o IFSC e a UFSC.

No momento, apesar de não termos uma La Niña configurada, características do fenômeno já estão estabelecidas. Essa condição tende a persistir até fevereiro de 2026, trazendo reflexos no padrão de chuvas e temperaturas em Santa Catarina ao longo do verão.

No mês de janeiro, é comum que a circulação marítima se torne mais ativa, favorecendo chuvas frequentes e intensas dos Planaltos ao Litoral. Em janeiro de 2026 não será diferente: a previsão indica chuva mais frequente entre a Grande Florianópolis e o norte catarinense. Nessas áreas, não se descartam eventos extremos associados a alagamentos e enxurradas

Por outro lado, nas regiões do Grande Oeste e sul catarinense as chuvas tendem a ser mais irregulares e mal distribuídas, não descartando eventos de chuva intensa, mas podendo registrar valores abaixo da normalidade na região. Entre fevereiro e março são esperados meses típicos de verão, com a frequente formação de temporais, principalmente no decorrer das tardes. Os acumulados previstos ficam dentro da normalidade para o trimestre. Quanto às temperaturas, devem permanecer próximas à acima da média neste período.

Figura 1: Previsão probabilística do fenômeno El Niño – Oscilação Sul nos próximos trimestres. Fonte: Climate Prediction Center (CPC).

COMPORTAMENTO NORMAL

O próximo trimestre — janeiro, fevereiro e março de 2026 — corresponde majoritariamente ao verão, trazendo mudanças no padrão de precipitação esperado em Santa Catarina. No Grande Oeste, os acumulados diminuem ligeiramente, enquanto nas áreas litorâneas é esperado o período mais chuvoso do ano. 

No mês de janeiro, a circulação marítima se torna mais frequente e intensifica as chuvas no litoral. A Figura 1 ilustra o comportamento climatológico da precipitação entre os meses de janeiro e março.

Em relação às temperaturas, como é esperado nesse período de transição da primavera para o verão, é que elas fiquem gradativamente mais altas, com o aumento da radiação (dias mais longos).

Figura 2: Climatologia da precipitação de Santa Catarina nos meses de (a) janeiro, (b) fevereiro e (c) março. Fonte: SDC/SC através de dados da EPAGRI.

HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS

De acordo com o Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), que abrange 29 anos de dados (1995-2019) e 5540 ocorrências de desastres, as ocorrências de chuvas mais intensas costumam se concentrar entre os meses de setembro e março (Figura 3).

O trimestre formado por janeiro, fevereiro e março concentra o maior pico de ocorrências do ano. Esse período só é comparável ao aumento observado na primavera, especialmente entre setembro e outubro, quando também há elevação nos registros totais.

Figura 3. Distribuição mensal do total de ocorrências (1995-2019). Fonte: UFSC, 2020.

As ocorrências associadas a vendavais em janeiro, fevereiro e março são maiores em comparação aos meses de outono e inverno, mas menores quando comparadas aos meses de primavera (Figura 4). Essa condição é referente a ocorrência de tempestades de verão, que costumam causar vendavais mais localizados, mas intensos.

Figura 4. Distribuição mensal das ocorrências por vendavais. Fonte: UFSC, 2020.

A ocorrência de enxurradas é frequente entre janeiro e março, mas apresenta o maior pico do ano em janeiro, diminuindo gradualmente nos meses seguintes. Este padrão está associado principalmente às chuvas de verão, que trazem volumes elevados em curto período de tempo, mas também ao padrão de intensificação da circulação marítima, que transporta grandes quantidades de umidade em direção ao litoral catarinense (Figura 5). 

Figura 5. Distribuição mensal de ocorrências relacionadas à enxurradas (1995-2019). Fonte: UFSC, 2020.

RECOMENDAÇÕES

A Proteção e Defesa Civil reforça que este período é marcado por chuvas rápidas e que podem ser intensas. Por isso, a SDC recomenda que a população fique atenta aos alertas de tempestades com risco de alagamentos e enxurradas. Nestes casos, evite o contato com as águas e não transite em locais alagados, pontes e pontilhões submersos. Cuidado com crianças próximas a rios e ribeirões. Em casos de movimentos de massa, atente-se à inclinação de postes e árvores, a qualquer movimento de terra ou rochas próximo à sua residência e ao aparecimento de rachaduras em muros e paredes. 

Durante temporais com raios, rajadas de vento e granizo, busque local abrigado, longe de árvores, placas e de outros objetos que possam ser arremessados. Em casa, busque ficar no cômodo central ou no banheiro, já que geralmente são de alvenaria e as janelas são menores. Se estiver na praia, jamais fique na água.

A Secretaria da Proteção e Defesa Civil reitera a necessidade de acompanhar diariamente os Avisos e boletins de previsão do tempo devido às constantes atualizações nos modelos meteorológicos.

#DEFESACIVIL, SOMOS TODOS NÓS.