NOTA METEOROLÓGICA SDC/DC 09/05 – Avanço de frente fria causou intensos temporais no Oeste Catarinense nesta sexta-feira (09)

Após uma manhã de aquecimento nesta sexta-feira (09) favorecida pela influência de uma intensa corrente de jato de ar quente em baixos níveis da atmosfera, também conhecida por JBN, o rápido deslocamento de uma frente fria pelo Extremo Oeste e Oeste Catarinense no início da tarde, próximo à divisa com o Rio Grande do Sul e Argentina, contribuiu para o desenvolvimento de fortes tempestades, sendo algumas severas.
Na figura 1, é possível observar, através da imagem do satélite GOES-19, a formação de tempestades de grande intensidade (tons de vermelho e preto). A intensidade das tempestades é indicada pelos valores muito baixos de temperatura do topo das nuvens.
Figura 1A. Imagem de satélite (canal infravermelho) do satélite GOES-19 das 13h30.Fonte: CIRA | Figura 1B. Imagem de satélite (canal infravermelho) do satélite GOES-19 das 14h.Fonte: CIRA |
Nas figuras 2 e 3, é possível observar as variáveis de refletividade (estimativa da intensidade da chuva) e velocidade radial (estimativa de velocidade dos ventos) do Radar Meteorológico de Chapecó/SC. Nele, é possível observar valores acima de 55/60 dBZ e velocidades em torno de 28-30 m/s (acima de 100 km/h), respectivamente, o que indica a ocorrência de tempestades severas sobre a região de Itapiranga e Palmitos entre 13h30 e 14h30.
Figura 2A. Imagem do CAPPI de 3 km (dBZ) do Radar Meteorológico de Chapecó/SC às 13h. | Figura 2B. Imagem do CAPPI de 3 km (dBZ) do Radar Meteorológico de Chapecó/SC às 13h36. |
Figura 2C. Imagem do CAPPI de 3 km (dBZ) do Radar Meteorológico de Chapecó/SC às 14h24. | Figura 2C. Imagem do CAPPI de 3 km (dBZ) do Radar Meteorológico de Chapecó/SC às 15h. |
Figura 3A. Imagem do CAPPI (V) de 3 km (m/s) do Radar Meteorológico de Chapecó/SC às 13h54. | Figura 3B. Imagem do CAPPI (V) de 3 km (m/s) do Radar Meteorológico de Chapecó/SC às 14h12. |
A forma alinhada das tempestades – Linha de Instabilidade (LI) está comumente associada à ocorrência de fortes rajadas de vento em superfície, o que causou inúmeras ocorrências associadas a queda de galhos e de árvores, danos na rede elétrica e destelhamentos.Pela análise preliminar dos estragos e de acordo com as imagens do radar meteorológico, é possível que as tempestades severas alinhadas tenham produzido diferentes eventos severos, como tornados e microexplosões. Em Itapiranga, um dos municípios atingidos, é possível que tenha ocorrido uma microexplosão atmosférica (downburst). Os downbursts são caracterizados por uma intensa corrente descendente (ventos), que despencam da base da tempestade em direção à superfície, se espalhando radialmente ao atingir o solo. Os ventos nessas situações costumam ser intensos, superando os 80 – 100 km/h
.
Acompanhe as atualizações dos Avisos e Alertas Meteorológicos no site e mídias sociais oficiais da Secretaria da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina.