Estação começa em 22 de setembro e segue até 21 de dezembro, com chance de calor acima da média no Grande Oeste. Foto: Roberto Zacarias/SECOM

A primavera de 2025 deve ter comportamento climático próximo da média, mas com particularidades que podem influenciar o regime de chuvas e temperaturas. O prognóstico foi discutido ontem no 232º Fórum Climático Catarinense, que contou com a participação de meteorologistas da Secretaria de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (SPDC/SC). No evento, também estiveram presentes representantes da Epagri/Ciram e AlertaBlu, além de profissionais e pesquisadores de instituições de ensino como o IFSC e a UFSC.

Neste ano, a primavera começa no dia 22 de setembro, às 15h19 (horário de Brasília), e se estende até 21 de dezembro. Diferente do inverno, que é a estação menos chuvosa em Santa Catarina, a próxima estação marca o retorno das chuvas mais frequentes e volumosas, trazendo um aumento natural no risco de temporais.

Para setembro, a previsão indica chuvas próximas da média climatológica do mês. Em outubro e novembro, o resfriamento do Oceano Pacífico Equatorial deve reduzir a ocorrência de precipitações, com expectativa de volumes abaixo da média, sobretudo no Grande Oeste, região que normalmente registra os maiores acumulados nesse período. Já, os fenômenos El Niño ou La Niña seguem inativos nos próximos meses, uma vez que não atingem os parâmetros necessários para a sua configuração. 

Climatologia da precipitação de Santa Catarina nos meses de (a) setembro, (b) outubro e (c) novembro. Fonte: SDC/SC através de dados da EPAGRI

Em relação às temperaturas, a tendência é de valores próximos da normalidade. As tardes tendem a ficar mais quentes em comparação ao inverno, enquanto as manhãs ainda devem registrar condições amenas. Não estão descartados episódios de frio fora de época e, principalmente, no Grande Oeste podem ocorrer dias de calor acima da média em função de períodos mais secos.

Histórico de Ocorrências

De acordo com o Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), que abrange 29 anos de dados (1995-2019) e 5540 ocorrências de desastres, os períodos de chuvas mais intensas costumam se concentrar entre os meses de setembro e março. 

Já os casos de alagamentos em setembro e outubro, segundo o relatório, são mais do que o dobro do que os registrados em julho e agosto. Nesses dois meses de primavera, o número de deslizamentos também aumenta significativamente devido à intensificação das chuvas. Essas ocorrências começam a diminuir ligeiramente em novembro.

Distribuição mensal do total de ocorrências (1995-2019). Fonte: UFSC, 2020

Recomendações

A Proteção e Defesa Civil recomenda que a população fique atenta em dias de frio intenso, redobrando os cuidados com crianças, idosos, moradores de rua e animais de estimação.

No caso de chuvas intensas, com alagamentos e enxurradas, evite o contato com as águas e não transite em locais alagados, pontes e pontilhões submersos. Cuidado com crianças próximas a rios e ribeirões. Em casos de movimentos de massa, atente-se à inclinação de postes e árvores, a qualquer movimento de terra ou rochas próximo à sua residência e ao aparecimento de rachaduras em muros e paredes. 

Durante temporais com raios, rajadas de vento e granizo, busque local abrigado, longe de árvores, placas e de outros objetos que possam ser arremessados. Na praia, não fique na água.

Devido às constantes atualizações meteorológicas, a SPDC reforça a importância de acompanhar os avisos e os boletins meteorológicos atualizados diariamente nos canais oficiais.