Gestão de Risco

Em nosso cotidiano, cada vez mais nos defrontamos com notícias referentes aos riscos a que estamos expostos. Nas atividades de defesa civil tem-se o risco de desastres, que descreve se um determinado evento, com uma intensidade específica – seja ele de origem natural ou tecnológica – é mais ou menos provável e quais os danos e prejuízos que se podem esperar.

O termo "risco", na Doutrina Brasileira de Defesa Civil, foi conceituado como: relação existente entre a probabilidade de que uma ameaça de evento adverso ou acidente determinado se concretize, com o grau de vulnerabilidade do sistema receptor a seus efeitos.

Para diminuirmos o risco de algo ruim acontecer, precisamos antecipar o risco, ou seja, prever o que pode dar errado, para que possamos nos prevenir.

Para prevenir os desastres em nossa comunidade, é necessário realizar a gestão de risco. Para isto, primeiro identificamos e avaliamos os riscos existentes e, posteriormente, atuamos em duas frentes: de um lado, atuamos de modo a diminuir a probabilidade e a intensidade da ameaça; de outro, atuamos para reduzir as vulnerabilidades e fortalecer a capacidade de enfrentamento dos riscos.

A gestão de risco inicia com a prevenção e mitigação, buscando medidas para avaliar e reduzir o risco de desastre; e, por meio da preparação, tomar medidas para otimizar a resposta do sistema de defesa civil aos desastres.

A prevenção de desastres é implementada por meio de dois processos importantes: a análise e a redução dos riscos de desastres.

Antes de escolher e implantar medidas preventivas, é necessário conhecer quais são os riscos a que a comunidade está realmente exposta. A Análise de Risco engloba a identificação, avaliação e hierarquização, tanto dos tipos de ameaça quanto dos elementos em risco. Após a realização desse processo, é possível definir as áreas de maior risco.

Após realizar a análise dos riscos, é necessário reduzi-los a fim de garantir a seguridade da população. A redução dos riscos de desastre pode ser possível com uma atuação sobre as ameaças e as vulnerabilidades identificadas e priorizadas na análise de risco.

Na atuação sobre as ameaças identificadas, são tomadas medidas para reduzir a probabilidade de que um evento adverso ocorra ou, ainda, para que a sua intensidade seja atenuada, mas nem sempre é possível diminuir a frequência e a magnitude dos eventos, principalmente quando se trata de desastres naturais, podemos apenas realizar o monitoramento das ameaças.

Já a redução do grau de vulnerabilidade é conseguida por intermédio de medidas estruturais e não estruturais.

As medidas estruturais têm por finalidade aumentar a segurança intrínseca das comunidades, por intermédio de atividades construtivas, através de implantação de obras de engenharia de forma planejada.

As medidas não estruturais, por sua vez, compreendem um conjunto de medidas estratégicas e educativas, sem envolver obras de engenharia, voltadas para a redução do risco e de suas consequências.

As medidas não estruturais utilizam-se de ferramentas de gestão e relacionam-se com a mudança cultural e comportamental e com a implementação de normas técnicas e de regulamentos de segurança.

Todas estas medidas podem ser implantadas pelo poder público, por meio de ações legislativas, intensificação da fiscalização, campanhas educativas e obras de infraestrutura. Podem, ainda, ser concretizadas por meio de parcerias entre o poder público e a sociedade, principal beneficiada com mais medidas de redução dos riscos.