Elaborado em: 03/04/2023 – N° 035/2023
Meteorologista: Elen Pelissaro
No último final de semana, um intenso ciclone extratropical se formou no oceano, ao sul da região Sul do Brasil. Ao longo do sábado (01) e do domingo (02), este sistema se deslocou em direção ao alto mar e adquiriu características de “ciclone bomba”, sendo responsável por provocar ventos com intensidade moderada à forte no litoral sul do Brasil, além de causar ressaca, alagamentos e erosão costeira em diversos pontos do litoral sul e sudeste do país.
No litoral catarinense, as ondas chegaram a até 3,5 metros e as maiores rajadas de vento foram registradas em Balneário Arroio do Silva e Laguna, onde os ventos chegaram a 79 e 86 km/h, respectivamente. Em alto mar, as rajadas podem ter ultrapassado os 130 km/h com ondas de até 8 metros.
Conforme mencionado em nota pela Defesa Civil de Santa Catarina, este ciclone tinha potencial para ser classificado como “ciclone bomba”, um tipo de ciclone intenso, onde ocorre uma queda acentuada de pressão em seu centro num curto intervalo de tempo.
Os ciclones bomba podem ser classificados de acordo com a escala de Bergeron. Conforme as cartas sinóticas da Marinha do Brasil, entre às 09h00 do dia 31/03/23 e às 09h00 do dia 01/04/23, o centro do ciclone apresentou uma queda de 20 hPa e esteve posicionado entre as latitudes de 35°S e 40°S. Aplicando estes dados na equação de Bergeron para ciclones bomba, têm-se uma razão de 1.2, o que o classifica como ciclone bomba de fraca intensidade.
A Defesa Civil reitera a necessidade de sempre buscar informações junto a órgãos oficiais de meteorologia.