NOTA METEOROLÓGICA DC/SC (18/04): FORMAÇÃO DE CICLONE NA COSTA DO ESTADO DE SÃO PAULO NO DOMINGO (18/04) E PREVISÃO PARA OS PRÓXIMOS DIAS

NOTA METEOROLÓGICA SOBRE A FORMAÇÃO DE CICLONE NA COSTA DO ESTADO DE SÃO PAULO NO DOMINGO (18/04) E PREVISÃO PARA OS PRÓXIMOS DIAS

ELABORADO EM: 18 DE ABRIL DE 2021

Neste domingo, modelos meteorológicos indicam a formação de um ciclone em alto mar, na altura do litoral do estado de São Paulo. A partir da segunda-feira (19) este sistema deve ter lento deslocamento para leste/sudeste sobre o oceano, com tendência de, entre segunda-feira e terça-feira (20), apresentar características subtropicais. As instituições Marinha do Brasil (por meio do Centro de Hidrografia da Marinha – CHM), Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE) e o Centro Integrado de Meteorologia Aeronáutica da Força Aérea Brasileira (CIMAER/FAB) também emitiram nota similar à respeito do sistema meteorológico, corroborando com a nota meteorológica emitida pela Defesa Civil de Santa Catarina na manhã deste sábado (17).

O ciclone influencia o tempo sobre Santa Catarina de forma que ventos úmidos provenientes do ciclone em direção ao leste do estado contribuem para o aumento das nuvens e há chance de pancadas de chuva isoladas no litoral e áreas próximas desde o domingo (18) até a quarta-feira (21). Ainda, são esperadas rajadas de vento de sul/sudeste, podendo chegar até os 60 km/h pontualmente na faixa litorânea do estado, a iniciar na tarde deste domingo (18) se estendendo ao longo da segunda-feira (19), conforme aviso emitido pela equipe de meteorologistas da Defesa Civil.

Ressalta-se que a previsão pode sofrer alterações, que a Defesa Civil de Santa Catarina está atenta e acompanha a atualização dos modelos meteorológicos.

 

DIFERENÇAS ENTRE CICLONES TROPICAL, EXTRATROPICAL E SUBTROPICAL

Os ciclones não se desenvolvem como fenômenos atmosféricos isolados, eles são formados a partir de perturbações na atmosfera. Apesar de surgirem e se desenvolverem dentro de fortes condições de instabilidade, seus ciclos de vida tem o objetivo de estabilizar a atmosfera. Basicamente, eles podem ser classificados como: extratropical, tropical e subtropical, em função da região onde se formam e atuam, seu ciclo de vida e da fonte de energia que os mantém.

Uma das principais características que diferem os tipos de ciclones está relacionada à temperatura em seu centro. Próximo da superfície, a temperatura no centro dos ciclones extratropicais é mais fria do que nos arredores. Já nos ciclones subtropicais a temperatura em seu centro é mais quente e seu deslocamento é favorecido por águas mais quentes. Essa diferença faz com que a atmosfera seja mais instável, potencializando as condições para tempestades mais intensas na região do ciclone. Outra grande diferença está relacionada à presença de frentes frias e frentes quentes nos ciclones extratropicais. Nos demais não são observados estes sistemas associados (Figura 1).

Figura 1. Diferenças entre ciclones extratropicais, subtropicais e tropicais. Fonte: Climatempo

 

Vale ressaltar que o desenvolvimento e influência dos sistemas de baixa pressão, como os ciclones extratropicais, são extremamente comuns na região Sul do Brasil. Climatologicamente, as frentes frias e, consequentemente, os ciclones extratropicais, avançam com maior frequência sobre o Sul quanto mais próximos ao inverno. Ou seja, são fenômenos com os quais estamos habituados a conviver. Em alguns casos os sistemas frontais associados ao ciclone extratropical podem ser mais intensos, dependendo de vários fatores que favorecem ou não a sua intensificação. Uma vez que estes sistemas avançam em regiões instáveis e com grande diferença de temperatura, eles podem provocar tempestades severas com descargas elétricas, rajadas de vento e queda de granizo. Ciclones subtropicais também se formam no litoral brasileiro com certa frequência, mas influenciam na parte continental mais com relação às condições de vento e mar do que em chuva, uma vez que a banda precipitante deste sistema fica restrita aos seus arredores, já que não possui uma frente fria associada. Apenas os ciclones tropicais, os famosos furacões, são raros e não se formam com frequência na costa do Brasil. O maior exemplo deles é o furacão Catarina.

Acompanhe diariamente os boletins de previsão do tempo emitidos bem como os possíveis avisos e alertas emitidos em nosso site e mídias sociais.

 

#DefesaCivilSomosTodosNós