Tempestade Tropical “Akará” não deve virar furacão, se afasta para sul em alto mar e não traz riscos significativos

Na sexta-feira (16), a Marinha do Brasil identificou a formação de uma depressão subtropical na costa do estado do Rio de Janeiro. Nesta segunda (19), o sistema foi classificado como Tempestade Tropical “Akará”, após se intensificar e ganhar características tropicais. O sistema se encontra em alto mar, entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, conforme mostra a figura 1, e não deve se aproximar da costa. Nos próximos dias, conforme se desloca para sul, Akará perde força gradualmente devido a temperatura da água, que se encontra mais baixa em relação à costa do Sudeste, onde o sistema se originou. 

Figura 1: Tempestade Tropical localizada entre a costa do litoral de Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, às 10:30 (hora local) do dia 19/02. Fonte: CPTEC//INPE. Adaptado por: SDC/SC.

Trajetória e possíveis impactos no oceano

A atualização das previsões seguem indicando que este ciclone se desloca em direção ao sul, com seu centro posicionado distante, em alto mar. Além disso, o impacto mais significativo é esperado também em alto mar, onde há expectativa de ondas entre 3,0 m e 4,0 m de altura, aumentando o risco para navegação e pesca. Nas proximidades do litoral catarinense não há influência do ciclone e a ondulação permanece com direção sudeste e variando entre 1,5 e 2,0 m. Nestas mesmas regiões os ventos sopram com intensidade moderada, com valores médios entre 20 km/h e 30 km/h, e rajadas de até 50 km/h, não havendo riscos para ocorrências

É importante ressaltar que o sistema está sendo monitorado, e as previsões podem sofrer alterações, portanto, é de extrema importância o acompanhamento diário das atualizações das previsões, notas, Avisos e Alertas emitidos pela SDC, EPAGRI e pelos órgãos oficiais de Meteorologia e Oceanografia, como o Instituto Nacional de Meteorologia e a Marinha do Brasil. 

 

O que caracteriza um Ciclone Tropical

Ciclone Tropical: Forma-se geralmente no meio do oceano, em áreas de águas muito quentes (acima de 26°C). Pode ser classificado como Tempestade Tropical e até mesmo furacão,  a depender de sua intensidade. Tem um “olho” no centro, onde o tempo é mais calmo, e ao redor dele, ventos muito fortes e chuvas intensas. No Atlântico Sul, são raros porque as águas geralmente não são tão quentes quanto no norte.

Ciclone Subtropical: É um tipo intermediário entre o tropical e o extratropical. Forma-se em águas um pouco mais frias do que as necessárias para os ciclones tropicais e pode ter características dos dois tipos, como ter um centro de baixa pressão, mas sem um “olho” bem definido como os ciclones tropicais. Eles podem trazer ventos fortes e chuva, mas geralmente não são tão intensos quanto os ciclones tropicais.

Ciclone Extratropical: Ocorre em latitudes mais altas, fora da região tropical, e está associado a frentes frias e massas de ar de diferentes temperaturas. Não tem um “olho” e sua formação não depende de águas quentes. Geralmente, trazem ventos fortes e podem causar tempestades, com muita chuva ou neve, dependendo da temperatura.

Resumindo: A principal diferença entre eles está na origem (onde e como se formam) e nas características (como a presença de um “olho”, intensidade dos ventos e tipo de precipitação).

 

Figura 2. Formação de Ciclones Extratropicais, Subtropicais e Tropicais. Fonte: Climatempo.

Elaboração da nota

A Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina e a Epagri/Ciram colaboram na elaboração desta Nota Meteorológica.

Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina – CIGERD (Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres)

EPAGRI – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina