Foto: Paulo Cesar Santos – SDC/SC
Nesta terça-feira, 29, o Secretário de Estado da Defesa Civil de Santa Catarina, Milton Hobus representou a instituição num Painel promovido pelo Grupo RBS e intitulado Desafios do Clima, na sede da RBS TV Blumenau. O programa ao vivo transmitido pelas redes sociais do grupo de comunicação, sites, rádios, TV a cabo da emissora, teve início às 15h30.
A programação durou uma hora e meia, foi conduzida por três jornalistas da empresa, Rentato Igor de Florianópolis, Moacir Pereira , Joelson Santos e contou com a participação de dois meteorologistas, Leandro Puchalski, Mário Quadros, do IFSC, o tenente coronel do Corpo de Bombeiros Militares de Santa Catarina, Aldo Batista Neto.
No primeiro Bloco foram discutidas as características do fenômeno que influencia no clima e tempo em Santa Catarina, denominado, El Niño. De acordo com o professor Mário Quadros, Santa Catarina envolve diversas características geográficas e que possibilitam registros de vários tipos de eventos climáticos. “há ainda a proximidade com o mar. No Vale, há a proximidade com rios. Na Serra, há neve e no Oeste há estiagens extremas e chuvas,” destacou.
Para Leandro Puchalski, a escala dos eventos possibilitam o tempo de previsão.Ele reforçou ainda que o El Niño não define os eventos, mas sim a influência. “O El Niño intensifica os eventos climáticos que já ocorrem em Santa Catarina,” garantiu.
Diante dos questionamentos e andamento do programa, o tema do Painel foi ampliado para estruturação e o Secretário de Estado da Defesa Civil, Milton Hobus lembrou que Santa Catarina passa por uma estruturação em proteção e defesa civil, que teve início após as chuvas de 2011, que deixaram rastros de destruição no Alto Vale do Itajaí. “Primeiro estruturamos os municípios, depois a Defesa Civil para dar respostas mais rápidas,” enfatizou.
Hobus destacou ainda a nova cultura que está em planejamento no Estado com as obras de prevenção que já estão em andamento. “O radar de Lontras já cobre 77% do território catarinense, com a implantação do que está previsto para o Oeste, teremos 97% de Santa Catarina monitorada por radares, faltando apenas, 3% no Sul que poderemos instalar em breve”, assegurou.
Diante das colocações de Hobus, o meteorologista Leandro Puchalski destacou a importância de fazer o monitoramento de Santa Catarina, mas também Países vizinhos como Paraguai e Argentina, de onde vem muitas dessas áreas de instabilidade que atingem Santa Catarina.
Já Quadro enfatizou que os eventos vão continuar mesmo com a tecnologia, que por sinal é considerada pelos especialistas muito cara. Enquanto isso, o Tenente Coronel BM, Aldo Batista Neto lembrou da importância de se prever os eventos climáticos. “Importante também é saber o que fazer após o evento,”reforçou.
Milton Hobus enfatizou durante o programa a efetiva ação das barragens do Vale do Itajaí e sobrelevação de Ituporanga que demonstrou eficiência durante as chuvas do fim de semana. Indagado sobre a barragem de José Boiteux, que está sem operação desde que indígenas tomaram a área, que o barramento será operacionalizado em caso de necessidade. “Já afirmei essa situação durante reunião na comunidade indígena e em outras oportunidades, em Brasília,” disse.
Falou que no próximo dia 01 de outubro estará em Brasília novamente com todas as instituições envolvidas nas discussões e que vai pedir novamente um a posição da União sobre esse impasse que já dura 30 anos. “Assumimos o problema este ano e vamos resolver.” Pontuou.
Sobre as barragens que já passaram por Audiências Públicas previstas para Mirim Doce, Petrolândia, Braço do Trombudo e Botuverá dependem de licenciamento ambiental, Milton Hobus falou que nos próximos dias deve ter novidades.
Em relação ao melhoramento fluvial previsto para a Bacia do rio Itajaí, o Secretário concluiu lembrando que opções já estudadas estão em avaliação pelos poderes públicos do Estado e municípios do Vale. “Temos que ter ordenamento do crescimento por isso estamos fazendo o mapeamento hidrogeológico do Estado,” frisou.
O programa encerrou com o destaque de Neto, que pontuou a importância do comportamento das pessoas que se adéquam conforme o direcionamento causado pelos desastres.