Casas montadas em cinco dias dão dignidade a Catarinenses

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Foto: Defesa Civil SC.

Os temporais assombram moradores de áreas vulneráveis. Um dos medos mais constantes é de perder, muitas vezes o único bem, adquirido ao longo de anos de muito trabalho, a casa própria. Diante de cenários propícios para risco de desastres naturais, a Defesa Civil de Santa Catarina, desenvolveu um projeto para atender famílias que tenham perdido as casas por causa de enchentes, enxurradas, deslizamentos ou qualquer evento adverso.

De acordo com o Secretário de Estado da Defesa Civil, Rodrigo Moratelli, a iniciativa tem dado mais dignidade aos moradores de áreas afetadas por desastres e sem amparo condizente. “Ainda temos famílias que perderam as casas em 2008 e não voltaram para a casa própria. As casas modulares servem como um novo passo, com tecnologia avançada e garantia de qualidade dos produtos”, disse.

O projeto começou ser desenhado após os desastres de 2008, quando centenas de pessoas perderam as vidas, no Vale do Itajaí, em decorrência das enxurradas e deslizamentos no Médio Vale. “É inovador e permite atendimento rápido. Isso demonstra que há no mercado produtos com montagem ágeis. As casas modulares levam apenas cinco dias úteis para ficar prontas”, enfatizou.

Projeto em andamento:

O kit casa modular surgiu em 2014, são mais de 140 entregues, em cerca de 30 municípios de Santa Catarina. A Defesa Civil do Estado contratou o montante de 290 unidades. Diariamente, as empresas fabricantes montam novas unidades pelo Estado. A inauguração mais recente das casas modulares foi em Marema, no Oeste Catarinense. O Secretário, Rodrigo Moratelli participou da ação de entrega das chaves aos moradores, do loteamento Sol Nascente. Foram oito casas modulares entregues.

Investimento:

Cada casa modular custa ao Fundo Estadual da Defesa Civil – Fundec, R$ 38 mil. Até o momento foram investidos cerca de R$ 5,434 milhões.  No entanto o investimento total, disponível pelo Fundec para o Projeto, em 2014 é de R$ 11. 020. Milhões.

No entanto, o Estado assegurou os recursos na Ordem de R$ 11 milhões de reais para quitar os pagamentos aos fabricantes, quando forem finalizados os trabalhos previstos para 2014.

Casa modular:

A casa modular, é um projeto desenvolvido para dar conforto e agilidade na entrega. O tempo de espera após o início da montagem, é de  cinco dias. Para saber o que possibilita o tempo recorde para finalização da montagem, é necessário entender como o trabalho é feito.

Fixação:

Para fixação dos painéis na fundação, é utilizada uma calha em formato “U” de PVC (policloreto de vinila) extrusado, com dimensão específica, onde são posicionados e fixados os painéis. Esta calha possui uma espécie de “aba” para fixação da mesma no concreto (fundação) através de parafusos específicos.

Mobile Steel

No Mobile Steel System, os painéis tipo “sanduíche” (aço galvalume + poliuretano (PU) + aço galvalume) são unidos entre si através de encaixe macho/fêmea e amarração com cabo de aço, sendo fixados na fundação através de uma calha em formato de “U” com fixadores especiais. A fundação é normalmente em radier (6.0×6.8 m concreto) conforme cotas de projeto definido pela Fischer. As paredes internas e externas da casa são formadas pelos painéis tipo “sanduíche” (aço galvalume + poliuretano (PU) + aço galvalume) desempenhando papel estrutural da construção.

Telhas:

As telhas também são termoacústicas em formato “sanduíche” (aço galvalume + EPS/PU + aço galvalume) e fixadas em dois apoios, um no perfil lateral de fixação (localizado nas paredes laterais da edificação) e outro no complemento de parede (localizado na parede central da edificação).

Sistema Hidráulico:

As instalações hidráulicas são externas, de PVC soldável para água fria, com perfil acabamento no painel, permitindo fácil manutenção. Esgoto e água pluvial obedecerão às especificações e normas da ABNT referentes, e nas quantidades especificadas em projeto.

Portas:

As portas são trabalhadas no próprio painel, ou seja: são constituídas do mesmo sistema construtivo, com perfis de acabamento e demais elementos (fechadura, dobradiças, etc).

Sistema Elétrico:

A instalação elétrica é através de eletrodutos (conduites) embutidos no próprio painel durante o processo de fabricação dos mesmos. Assim também para as caixas elétricas. Toda a fiação elétrica é convencional, sendo de fácil e rápida instalação.

Cada casa modular é composta por dois quartos, sala e cozinha conjugadas, banheiro e uma área de serviço. São 39 metros quadrados de área construída. O padrão segue os moldes de outros programas governamentais existentes.

Beneficiados:

Para que as famílias sejam beneficiadas com as casas modulares, a Defesa Civil de Santa Catarina celebrou com prefeituras Catarinenses, Termos de Compromissos. Os documentos preveem contrapartida do município para que as unidades sejam destinada.

Uma das exigências, é que a prefeitura adquira o terreno onde serão instaladas as casas modulares. A área deve receber infraestrutura do município, com redes de energia elétrica, água potável, esgoto e terraplenagem.

O terreno deve estar documentado, com a escritura no nome da matriarca da família atendida. Os beneficiados devem estar em situação de risco, vivendo de aluguel social ou tido a casa destruída por um evento climático adverso.

A ação de destinação das casas modulares é exclusiva para pessoas que se enquandrem em programas de vulnerablidade social, atravé de cadastro nas assistências sociais da prefeituras.

A casa modular não pode ser alugada, vendida ou cedida num prazo de cinco anos. O projeto tem ônus para Estado e Municípios, mas não para as famílias. São isentas que qualquer prestação ou pagamento. No entanto, a área onde viviam passa a ser de uso do município, como forma de evitar novas aglomerações e riscos nos terrenos já condenados pelas defesas civis locais.

De acordo com Rodrigo Moratelli, as casas modulares traduzem a qualidade estrutural. Devido ao tipo de material utilizado na fabricação, está isenta de risco de incêndios, possibilita a rápido reestabelecimento, em caso de enchente, pela facilidade de higienização, possui isolamento acústico e térmico, está livre de pragas como cupins. O projeto segue as diretrizes de acessibilidade para portadores de necessidades especiais. “Não podemos esquecer o telhado que suporta até 185 quilômetros de velocidade do vento”, salientou.

As casas modulares da Defesa Civil de Santa Catarina contam com 30 anos de garantia. O próximo passo é garantir a continuidade do projeto, após essa experiência, considerada satisfatória para o Estado. A intenção de Moratelli é buscar parceiros na captação de recursos, como o Governo Federal. Com auxílio financeiro seria possível extinguir as áreas de risco existentes no Estado de Santa Catarina. Esse é o foco para 2015. Assim, também, seria possível atender a necessidade assim que for registrado um evento climático severo que deixe as famílias sem condição de permanecer na própria casa. “Com isso vamos garantir o convívio normal para a população e não temporário.” Concluiu.

Municípios beneficiados 2014:

MUNICÍPIO

NÚMERO DE CASAS

PROCESSO

Pouso Redondo

14

ENTREGUE

Florianópolis  

20

ANDAMENTO

Otacílio Costa

13

ENTREGUE

Araranguá

04

ENTREGUE

Brusque

13

ANDAMENTO

Camboriú

20

ENTREGUE

Gaspar

10

ENTREGUE

Ilhota

10

ANDAMENTO

Jaraguá do Sul

25

ANDAMENTO

Lontras

16

ENTREGUE

Marema

08

ENTREGUE

Meleiro

03

ENTREGUE

Santo Amaro da Imperatriz

12

ANDAMENTO

Schroeder

04

ANDAMENTO

Três Barras

10

ANDAMENTO

Turvo

04

ENTREGUE

Agrolândia

04

ENTREGUE

Caçador

10

ANDAMENTO

Celso Ramos

01

ANDAMENTO

Ituporanga

25

ANDAMENTO

Siderópolis

01

ENTREGUE

Guabiruba

01

ENTREGUE

Lages

12

ANDAMENTO

Canoinhas

10

ENTREGUE

Bom Retiro

18

ANDAMENTO

Canelinha

08

ENTREGUE

Ibirama

05

ANDAMENTO

São Francisco do Sul

06

ANDAMENTO

Videira

03

ANDAMENTO