Frio em Santa Catarina requer atenção especial e Defesa Civil desenvolve ações de prevenção

WhatsApp-Image-20160609

A Defesa Civil de Santa Catarina pede atenção redobrada com a previsão de temperaturas baixas que devem chegar a marca negativa nos próximos dias. De acordo com a gerência de monitoramento e alerta da Defesa Civil, entre os dias 10 e 13 de junho, a condição de frio intenso permanece. Segundo o diretor de prevenção, Fabiano de Souza, a massa de ar polar ganha força nos próximos dias. “As madrugadas entre os dias 11 e 12 serão mais frias, com temperatura entre -6 e -8 nas áreas mais altas,” ressaltou.

Segundo o monitoramento da Defesa Civil a condição de neve entre a noite de sexta-feira, 10, e madrugada de sábado, 11 está mantida. No período deve ser registrada geada nas áreas altas do estado, como Serra e Planaltos. Os dados são referenciados a previsão do Ciram, órgão de meteorologia de Santa Catarina.

A Defesa Civil, intensificou a emissão de avisos e alertas sobre a queda nas temperaturas e o avanço dessa massa polar que está sobre o Estado. O Secretário, Rodrigo Moratelli acompanha de perto a situação e desencadeou uma operação que mobiliza todos os 20 coordenadores regionais da Defesa Civil Catarinense que atuam, em conjunto com as coordenadorias municipais e assistência social de cada prefeitura, com o objetivo de atender em especial quem vive nas ruas. “A intenção é reduzir os riscos de problemas por causa do frio, então é importante que pessoas em situação de vulnerabilidade recebam atendimento e encaminhamento para abrigos públicos, abertos pelas prefeituras,” destacou.

A Defesa Civil ainda reforça as recomendações por conta da queda nas temperaturas e permanência do ar polar que afeta o Estado.

Recomendações da Defesa Civil SC:

Geada: agricultores deverão tomar medidas preventivas.

Onda de Frio: atenção com população mais vulnerável, como enfermos, moradores de rua, idosos e crianças. Além disso, abrigar animais domésticos nas noites mais frias. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, em virtude das doenças causadas pelo frio (gripe, resfriados, pneumonia, meningite) é essencial tomar medidas simples como manter-se bem agasalhado, beber bastante água e evitar locais fechados e de grande circulação de pessoas, além da higiene frequente das mãos. Essas medidas são de grande valia na prevenção destas doenças, ressaltando que crianças e pessoas idosas são mais suscetíveis às doenças agravadas pelo frio e devem estar mais atentas.

Mar agitado: perigo a navegação de pequenas e médias embarcações e atividades de pesca.

Ressaca: proteger embarcações e apetrechos de pesca e maricultura. Atenção para edificações, infraestruturas e vias em áreas de vulneráveis à erosão e inundações costeiras.

METEOROLOGIA

Em média, as regiões mais frias de Santa Catarina são Planalto Sul, Planalto Norte e Meio Oeste, nas quais temos temperatura média (média dos três meses de inverno) variando entre 6 e 8ºC. O mês mais frio é julho.

Recordes de temperatura mínima em SC

As menores temperaturas já registradas no estado foram de -14ºC em Caçador (junho de 1952), -12ºC em Canoinhas (agosto de 1963), -11,6ºC em Xanxerê (junho de 1945) , -10ºC em São Joaquim (agosto de 1991), -9,5ºC em Campo Alegre (julho de 1923), -9,3ºC em Videira (julho de 1975), -9,1ºC em Irineópolis (agosto de 1963) e -8ºC em Lages (julho de 1915).

OBS: Embora não esteja na relação, Urupema vem registrando mínimas bastante baixas. A estação meteorológica de lá é recente em termos de climatologia.

Neve em SC.

Praticamente todos os anos temos registro de neve em Santa Catarina, seja ela fraca ou forte e extensa. Os únicos anos onde não nevou foram 1961, 1963, 1971, 1973 , 1982 e 1986.  O município do Brasil com maior média de dias com neve no Brasil é São Joaquim, com 2,7 dias ao ano. São Joaquim também teve a neve mais precoce, ocorrida em 17 de abril de 1999. Existem os episódios de nevada extensa, que são caracterizados por neve abundante. O último mais recente foi 2013, onde 107 municípios registraram neve.

Geada em SC

Os meses com maior freqüência de geada em SC são Julho e Junho, com cerca de 300 a quase 350 ocorrências nesses meses entre 1980 e 2003. Mais detalhes no gráfico.

Fonte das informações: Epagri-Ciram, INMET e artigo “Climatologia de geadas em Santa Catarina” publicado em 2004 pelo Grupo de Estudos de Desastres Naturais e o LabClima da UFSC no Simpósio Brasileiro de Desastres Naturais.

SAÚDE

Gripe – A gripe é causada pelo vírus Influenza e apresenta um quadro clínico mais rico que o resfriado, com febre alta, dores pelo corpo, dor de cabeça, mal estar, perda do apetite, dor de garganta, tosse, espirros e coriza. Na gripe, os sintomas costumam aparecer subitamente ao contrário do resfriado, onde eles surgem gradualmente. A tosse e a febre são sintomas precoces.

O modo de transmissão é igual ao do resfriado. O tempo de doença pode ser de até 2 semanas, mas, em geral, dura de 4 a 7 dias. O tempo em que o paciente mantém-se contagioso dura de 1 a 2 dias após a resolução da febre.

Resfriado – é uma infecção branda das vias aéreas. Pode ser causado por vários tipos de vírus, sendo o Rinovírus o mais comum. É extremamente contagioso e a transmissão é feita através de aerossóis da tosse ou espirro e pelo contato com mãos infectadas. Os sintomas surgem de 24h a 72h após o transmissão do vírus. Costuma durar de 5 a 7 dias, porém em 25% dos casos, os sintomas persistem por até 2 semanas. Os sintomas mais comuns são a rinite, tosse e espirros. Pode ocorrer dor de garganta de curta duração nos primeiros dias. A tosse seca pode durar até semanas depois do fim dos sintomas. Em adultos, raramente ocorre febre. O resfriado é contagioso durante apenas os 3 primeiros dias de sintomas.

Meningite – Meningite é o nome que damos à inflamação da meninge, membrana que recobre o sistema nervoso central. A meningite é uma doença grave, potencialmente fatal, que costuma ser causada por agentes infecciosos, tais como bactérias, vírus e fungos. O modo mais comum de contágio da meningite é através do contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. Familiares e pessoas que ocupam e ou residem no mesmo espaço, são aqueles com maior risco. A meningite é transmitida pela saliva, porém, compartilhar copos e talheres parece não ser um fator de risco grande.

Hipotermia: é causada devido a uma exposição intensa ao frio (exposição a ambientes frios, a chuvas e ventos frios).  É caracterizada pela queda da temperatura normal do organismo, que é 37ºC, para valores abaixo de 35ºC. Essa sensação faz com que o indivíduo entre em processo de tremor devido às contrações dos vasos sanguíneos, que tentam diminuir a perda de calor pelo corpo, mantendo assim o organismo a uma temperatura normal. Quando o organismo não possui energias suficientes para controlar o processo de hipotermia, pode levar o indivíduo a morte.

Pneumonias:  é  uma infecção forte nos pulmões, causada por vírus ou fungos. Normalmente, ocorre quando o sistema imunológico esta com baixa resistência. Pode surgir após uma gripe ou uma bronquite. Os sintomas são tosse com catarro, dor no tórax e na cabeça, palidez e febre alta. Os sintomas correntes da pneumonia são uma tosse produtiva com expectoração, dores no tórax, calafrios, febre e falta de ar.

SINTOMAS DO FRIO EXCESSIVO

Os sintomas mais comuns em alguém que passa para um estado de hipotermia são os tremores, o esfriamento das mãos e dos pés, a dormência nos membros, a energia reduzida, dificuldades em respirar, a pulsação lenta, o inchaço na face e a perda de controlo da bexiga.

Numa fase mais avançada, a hipotermia provoca também a perda de memória, a perda de controlo dos membros superiores e inferiores, a perda dos sentidos, a perda da pulsação e a dilatação das pupilas.

LESÕES PRODUZIDAS PELO FRIO

A pele e os tecidos que se encontram sob a mesma mantêm-se a uma temperatura constante graças ao sangue que circula por eles. A temperatura do sangue deve-se ao calor proveniente da energia libertada pelas células quando queimam alimentos (um processo que requer um fornecimento estável de alimentos e de oxigênio).

A temperatura corporal baixa quando a pele é exposta a um ambiente mais frio, o qual aumenta a perda de calor quando o sangue não pode fluir com normalidade ou quando diminui o fornecimento de alimentos e de oxigênio. O risco de sofrer lesões pelo frio aumenta quando a nutrição é inadequada ou a quantidade de oxigênio é insuficiente, como ocorre nas grandes altitudes.

AGRICULTURA

A atmosfera terrestre é dinâmica e complexa, o método de analise do comportamento da mesma é feito através das variáveis que à determina: Pressão, Velocidade do Vento, Umidade, Composição Química, Temperatura. A variável temperatura está dentre aquelas de maior interesse. O grau de agitação das moléculas é o que a define. No dia-dia mudanças de temperaturas sejam elas bruscas ou graduais interferem consideravelmente nos principais setores: saúde, agricultura, comércio, ou seja, a interpretação da variação da temperatura influencia as tomadas de decisões sociais.

Santa Catarina sofre forte influência na massa de ar frio que vem da região polar sul, essa massa carrega o ar frio e seco ao estado podendo acarretar em neblinas, geadas, neve que em alguns momentos mais críticos esse frio intenso associado a neve influencia até mesmo na distribuição de energia elétrica para as cidades. O frio que se intensifica ao longo do território é de influência de uma alta pressão vinda do polo. A pressão alta, associada ao frio, desce por ser mais densa que a massa associada ao ar quente (menos denso).

Os bloqueios atmosféricos referentes aos meses de outono, no estado, passaram, e agora, sem a presença de El Niño, em um período de maior neutralidade a expectativa é de maior frequência e intensidade de massas polares que atravessarão o estado, consequentemente maiores efeitos de geadas e/ou neve.

A agricultura se relaciona com o clima de determinada região, ou seja, há uma seleção natural do meio para qual o melhor “produto” se adaptará. Pela sua topografia, a agricultura tem forte influencia na atividade econômica do estado, sendo ela uma riqueza que é provida pelo milho, mandioca, café, feijão, arroz, soja, trigo além das frutas que são de clima temperado como a maçã, pêssego, uva.

O clima frio e seco influencia a produção de milho, soja, algodão, todos setores fazem parte das maiores porcentagens de atividade econômica do estado. Sendo assim, a menor produção desses insumos recorre à elevação dos mesmos influenciando também na pecuária, de forma a deixar maior o custo do confinamento do animal. O plantio de maçã estadual representa 65% da produção nacional. O clima frio sobre essa produção tem impacto significativo, as geadas “queimam” as plantas que gerarão o fruto impedindo o desenvolvimento.

Em 2013 a onda de ar polar, não observada com tal intensidade nos últimos dois anos, que trouxe neve e geada, representou prejuízos para muitos municípios. Em locais próximos à Grande Florianópolis as perdas foram de cerca de 80% nas hortaliças. Cidades como Rancho Queimado, Major Gercino, Leoberto Leal, Chapecó, Joinville, Jaraguá do Sul e Lages também contabilizaram perdas na agricultura e pecuária. No vale do Itajaí, o prejuízo com as plantações de fumo e eucaliptos contabilizaram R$ 500 mil.