Informe sobre as Doenças Respiratórias de Inverno

Durante o período de inverno, pelas condições climáticas (frio e umidade), além da mudança dos hábitos da população, com um aumento das atividades em ambientes fechados, evidenciamos uma maior circulação de vírus com transmissão por gotículas respiratórias. Tal fenômeno é recorrente e reconhecido mundialmente.

Inúmeros vírus têm essa forma de transmissão, tais como: rinovírus, adenovírus, vírus sincicial respiratório e influenza, este com uma imensa gama de subtipos.

Estes microorganismos podem levar a uma série de doenças, como conjuntivite e diarréia. Mas as mais comuns são as doenças do sistema respiratório: faringoamigdalites e sinusites, com evolução para formas mais graves como as pneumonias, podendo até causar óbito.

A forma mais eficaz de proteção para essas doenças é a etiqueta da tosse. Ela evita que um paciente portador de um desses vírus o transmita para as demais pessoas e também reduz o risco de uma pessoa não infectada o adquirir.

São medidas simples: higiene constante das mãos, cobrir com lenço a boca e nariz ao tossir, evitar o contato direto das mãos com a boca e nariz, reduzindo assim a contaminação do ambiente.

A avaliação médica no início do quadro e no decorrer da doença caso haja sinal de piora (falta de ar) é essencial para que os casos mais graves sejam detectados precocemente e tratados da melhor forma possível.

Para o vírus influenza há a disponibilidade de vacina, que é construída anualmente com base nos vírus de maior circulação no período. É necessário ressaltar que a vacina não protege contra todos os subtipos de influenza e nem contra os outros vírus de transmissão respiratória, além de ter uma taxa de proteção em torno de 60%. Por isso, mesmo uma estratégia de vacinação com cobertura total da população não é capaz de erradicar a gripe.

Perfil Epidemiológico das Doenças Respiratórias de Inverno em Santa Catarina

Desde abril, o Ministério da Saúde alerta para o aumento da circulação nessa temporada do vírus influenza A H1N1, fenômeno também observado em Santa Catarina. Tal vírus é reconhecido desde 2009 como causador de doença, sobretudo em adultos jovens, porém não apresenta maior letalidade em relação aos outros subtipos de influenza.

Temos nos últimos 5 anos uma média de 3500 óbitos no estado por doença respiratória. Em 2009, ano de circulação intensa de influenza A H1N1, tivemos 3685 óbitos. No ano de 2011 foram 4011 óbitos, sendo que nenhum foi diagnosticado como sendo por Influenza A H1N1. Tal fato ressalta a importância dos outros agentes como causa de doença grave e desmitifica a gravidade atribuída ao H1N1. Contudo, não devemos reduzir os esforços no diagnóstico clínico precoce e tratamento adequado das doenças respiratórias, independente do agente que estiver em circulação, para reduzirmos gradativamente esses números.

A Secretaria de Estado da Saúde mantém-se alerta, monitorando os casos de infecção respiratória grave internados e implementando as seguintes ações:

· Elaboração de campanha educativa pela SES para incentivar os cuidados relacionados com higiene respiratória na população.

·  Normatização da vigilância da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com organização de fluxo de laboratório e dispensação de medicamentos para todo o Estado (publicação no site, vídeo conferência e web conferência sobre manejo clínico para profissionais de saúde).

·  Conclusão da Campanha de Vacinação contra Influenza para o grupos prioritários com cobertura de 93,21% (maior do Brasil) e intensificação da vacinação para os portadores de doenças crônicas.