Nos últimos dias foram sentidos por moradores dos bairros Garibaldi e São Pedro, no município de Jaraguá do Sul, alguns tremores de terra. O primeiro foi registrado no domingo, 27, às 15h54, o segundo na terça-feira, 29, por volta das 11h50.
Certamente a sensação de que o ambiente está se movimentando, aliado à falta de conhecimento sobre o tema e, principalmente, pelo acompanhamento de relatos e reportagens sobre o poder destrutivo que historicamente os sismos ou terremotos causam à humanidade, fizeram com que a preocupação se acentuasse exponencialmente e a busca pelas causas ganhasse força, interesse, anseio e expectativas não rotineiras.
No entanto, tremores de terra não são incomuns no Brasil. O Sistema Nacional de Registros Sísmicos registrou somente neste ano, 79 eventos ocorrências no Brasil. A maioria desses eventos foi praticamente imperceptível a população, captado apenas pelos sismógrafos espalhados pelo território nacional.
Para os eventos ocorridos em Santa Catarina nos últimos dias, a Secretaria de Estado da Defesa Civil encaminhou a Universidades com especialistas na área (Brasília e São Paulo), solicitando a emissão de um laudo que apresente as causas para os tremores.
Enquanto não recebermos essa informação, toda e qualquer notícia veiculada sobre possíveis causas, magnitudes e aspectos relacionados será meramente especulativa e sem embasamento técnico-científico.
Nesta quarta-feira, 30 o diretor de prevenção da Defesa Civil, Fabiano de Souza fez contato direto com o professor e doutor, Eduardo Salamuni, da Universidade Federal do Paraná. O geólogo, com linha de pesquisa na área de movimentações em falhas geológicas no sul do Brasil afirmou que:
– que existem falhas geológicas (pequenos blocos) na Região Sul e Jaraguá do Sul é uma delas;
– que o evento da semana se caracterizou pela movimentação nessas falhas geológicas, provavelmente por acomodação ou alívio de pressão;
– que pela característica geológica da região, não possuem potencial destrutivo considerável;
– que os movimentos, em sua maioria, não ultrapassam 2,5 – 3 pontos na escala Richter;
– que não são raros os eventos, possuindo uma média de ocorrência de 1 evento a cada 2 anos, todos de baixíssima intensidade.
Diante disso, a Defesa Civil monitora todos os eventos registrados e busca junto a órgãos devidamente capacitados a explanação de quaisquer registros de tremores em território catarinense.