O inverno começa nesta terça-feira (21)

A previsão para esta estação é de chuvas entre a normal e abaixo da média climatológica. Sendo o abaixo da média previsto para as regiões Oeste e Meio Oeste, especialmente em Julho, lembrando que esse já é um mês que chove menos no estado. Outro fator marcante para o trimestre é que a distribuição da chuva deve ser irregular no tempo e no espaço, e não se descarta a ocorrência de alguns períodos prolongados sem chuva. A condição de temporal com ventania e granizo diminui no inverno, mas eventos extremos podem ocorrer em qualquer época do ano, por vezes com acumulados significativos de chuva em curto espaço de tempo, por isso a importância do acompanhamento diário da previsão do tempo.

Fonte: Ciram (www.ciram.com.br)

A chuva é preferencialmente causada pela influência de frentes frias, do Jato Subtropical (ventos fortes em altos níveis da atmosfera) e sistemas de baixa pressão nos níveis baixos, médios e altos da atmosfera. Também é a época de atuação dos ciclones extratropicais, próximo ao litoral, que oferecem perigo às embarcações, quando os ventos fortes e mar agitado muitas vezes resultam em ressaca.
 
Com relação a temperatura, a expectativa é de um inverno típico no estado, com temperaturas próximas a média climatológica. Nestes meses, as incursões de massas de ar de origem polar, típicas da estação, com características de baixa umidade do ar e baixas temperaturas (secas e frias), serão freqüentes. Assim, durante os episódios de ondas de frio mais intenso e duradouras, são esperadas temperaturas próximas de zero grau, e até mesmo negativas, nas áreas altas do estado, resultando na ocorrência de geada ampla. Episódios de neve também são esperados, especialmente em Julho e Agosto, nas áreas altas do Planalto Sul. Também não se pode descartar a ocorrência de episódios de frio acompanhados de umidade elevada, que podem resultar em geada negra, prejudicial à agricultura.

Com o indicativo de que Julho seja seco, será observado maior amplitude térmica diária (diferença entre a temperatura máxima e mínima do dia) e episódios de frio mais prolongado. Nesta época do ano também é típico a ocorrência de bloqueios atmosféricos (ausência de passagem de sistemas frontais), que por vezes favorecem períodos prolongados de temperaturas elevadas (acima de 30ºC), caracterizando os veranicos, que neste ano não ocorreram em Maio.
 
 
Retrospectiva do Outono 2011
 
 
Assim como o previsto, o Outono de 2011 foi mais seco do que o normal, em torno de 30 a 50% abaixo da média na maioria das regiões, e com temperatura próxima a média climatológica.

As chuvas foram mais frequentes em março e em abril, ainda com ocorrência de chuvas mais intensas e temporais isolados, características típicas de verão. Em Maio e na primeira quinzena de Junho, foi a vez das massas de ar frio e seco, de origem polar, predominarem em Santa Catarina, inibindo a formação de nuvens de chuva.

Por influência do fenômeno La Niña, que agora já está em fase de decaimento, o frio chegou mais cedo com ocorrência de temperaturas baixas no final de março, com registro das primeiras geadas nas áreas altas do Planalto Sul em abril, e um frio mais intenso com geada ampla no estado no final de maio, se repetindo em boa parte da primeira quinzena de junho, uma das mais frias da década. A influência de dois ciclones extratropicais, que se formaram entre o litoral do Uruguai e do Rio Grande do Sul, provocou ondas altas no litoral catarinense com ressaca, acarretando em prejuízos para a faixa litorânea.
 
 
Mais informações: Gilsânia Cruz e Marcelo Martins  – Meteorologistas
Setor de Previsão de Tempo e Clima – Epagri/Ciram
(48) 3239-8064 / 8066 / 8067