Passagem do furacão Catarina completa nove anos

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Fotos: SDC/SC

No dia 27 de março de 2004, os moradores do Sul de Santa Catarina e de parte do litoral norte do Rio Grande do Sul vivenciaram a passagem do primeiro furacão do Atlântico Sul. O fenômeno, que foi batizado oficialmente como “Furacão Catarina”, deixou um rastro de destruição e 11 mortos.

Os números chamam a atenção, ao todo, 14 municípios decretaram Estado de Calamidade Pública e sete, Situação de Emergência na época. Foram 33.165 desabrigados e desalojados e pelo menos 78 pessoas feridas.

Os prejuízos econômicos foram superiores a R$ 850 milhões, sendo que mais de um milhão de catarinenses foram afetados. Entre as vítimas, dez pescadores perderam a vida, além de um motorista cujo veículo foi atingido pela queda de uma árvore no litoral Sul do Estado.

            De acordo com Márcio Luiz Alves, Diretor do departamento Estadual da Defesa Civil na época, ninguém estava preparado para um evento dessa magnitude, porém o Governo de Santa Catarina tinha uma Defesa Civil estruturada o que permitiu que todas as providências necessárias fossem tomadas. “Tínhamos que ter a segurança de evitar que o pânico se instalasse entre os catarinenses e as providências foram tomadas no momento oportuno”, relembra Alves.

A partir da passagem do furacão a percepção dos riscos, entre os catarinenses do Sul, cresceu e hoje contribui para a redução dos riscos de desastres. Hoje a Defesa Civil Estadual trabalha na estruturação de um sistema de monitoramento e alerta que deve abranger todo o Estado.

Uma das peças desse sistema é o Radar Meteorológico, que deverá fornecer informações que permitirão emitir alertas à população sobre possíveis eventos severos, possibilitando a preparação da comunidade.

O radar meteorológico entrará em funcionamento até fevereiro de 2014, e será instalado em Lontras, ponto estratégico para monitorar eventos naturais como frentes frias, ventanias, chuvas e granizo. O equipamento vai atender 190 municípios em um raio de 200 quilômetros, o que corresponde a 77% do Estado. As regiões serão: Planalto Litoral Norte, Vale do Itajaí, Grande Florianópolis, parte do Litoral Sul, Serra, e parte do Meio-Oeste. O investimento é de R$ 7 milhões com recursos do Fundo Estadual de Defesa Civil. 

            De acordo com o Secretário de Estado da Defesa Civil, Milton Hobus, ações como esta, dão início a uma série de medidas preventivas no Estado. “Pretendemos adquirir mais um radar e dar treinamento para que todos os 295 municípios catarinenses estejam cobertos na emissão de alertas e consequentemente possam  proteger a população dos desastres naturais.”

 


Como aconteceu
no dia 27 de março de 2004, às 17h45 foi a chegada do Furacão Catarina em Arroio do Silva; às 19h50 iniciou a chuva e o vento sul. A partir das 22h48, a chuva muito forte e o vento intenso provocaram destelhamentos de algumas edificações. Às 22h30, o mar atingiu casas e calçadas situadas na orla. Às 01h15, entrada do olho do Furacão, chuvas e vento cessaram. Segundo relatos, sentiu-se muito calor, moleza no corpo e sensação de bem estar. Muitas pessoas saíram de suas casas. Às 02h48, foi o início da parte crítica. Ventos de norte muito fortes, com rajadas de 180 a 200 km/h. A partir das 03h15, os ventos diminuíram para 150 km/h; às 04h30 para 100 km/h e às 05h30 vento fraco a moderado.