Chega ao fim a segunda fase do Projeto da Estiagem no Oeste

Matéria publicada em 2015

20150527 103921

Foto: Paulo Cesar Santos-SDC/SC (Xanxerê).

Encerrou nessa quarta-feira, 27,  o ciclo de oficinas da Estiagem desta semana, no Oeste de Santa Catarina. A última etapa de trabalho foi realizada em Xanxerê. Na ocasião, um grupo envolvendo lideranças agrícola, comunidade, política discutiram as possibilidades de ações para minimizar os efeitos da estiagem na Região.

As oficinas também foram realizadas em Chapecó, São Miguel do Oeste, Concórdia e Joaçaba. Cerca de 200 pessoas participaram de todas as atividades. Todas as propostas apresentadas foram levadas em consideração, discutidas entre os participantes. Uma equipe multidisciplinar da Universidade do Estado de Santa Catarina – Udesc, acompanhou e orientou os integrantes dos grupos.

Todas as conversas que surgiram durante a rodada de trabalho de campo, foram gravadas e farão parte do relatório, que será elaborado pela Udesc e entregue pela Defesa Civil do Estado.

Segundo o professor coordenador dos trabalhos, Mário Freitas, a intenção desse momento é chegar a conclusão de quais efeitos causam a Estiagem. “A análise feita durante esses dias é que vai nos possibilitar apresentar possíveis ações de resiliência para os municípios do Oeste.” Destacou.

O Secretário de Estado da Defesa Civil, Milton Hobus reforçou o fato de que o Oeste poderia ter recebido novos poços artesianos. No entanto a Defesa Civil optou por não perfurar o solo sem conhecimento técnico. “Não há possibilidade de continuarmos utilizando de forma errada os recursos hídricos aqui no Oeste,” enfatizou.

De acordo com Hobus, existem cerca de 50 ou 60 mil poços artesianos que não produzem água de qualidade no Oeste. Muitos estão abertos e coloca em risco as águas que correm na parte subterrânea da Região.

Foi confirmado pelo Diretor de Prevenção da Defesa Civil, Fabiano de Souza, que apenas uma quantia de aproximadamente 10% desse volume de poços estão legalizados e que o Oeste sofre em período de estiagem por não saber como usar a água de forma racional. “Água tem. O que não existe são maneiras inteligentes de utilizar.” Pontuou.

O trabalho desenvolvido pela Defesa Civil que traz como intitulação “Projeto de Diagnóstico da Estiagem no Oeste” ressalta que o problema é crônico e poderá piorar ao longo dos anos. “Se não definirmos medidas o quanto antes, em cinco anos poderemos ter mais problemas com a falta d’água.” Finalizou, Milton Hobus.

O projeto envolve 118 municípios do Oeste. As oficinas fazem parte da segunda fase de trabalho, que também contou com a visita de campo, da equipe de pesquisa. A primeira etapa foi realizada através do levantamento de informações documentais. Um método científico sobre as características da Região.

O próximo passo é realizar nos próximos dias um encontro, em Maravilha e posterior a isso, finalizar o relatório, considerado o diagnóstico do que ficou conhecido como Plano Diretor da Estiagem no Oeste. A ação poderá resultar em ações de governo para reduzir os prejuízos com as secas prolongadas, como a que foi registrada em 2012.

A estiagem já está entre as ocorrências mais severas, em Santa Catarina. O Atlas de Desastres, aponta o fenômeno, como o segundo mais grave no Estado, em volume de ocorrência. Para se ter uma Ideia, entre os anos de 2002 e 2012, foram mais de 1 mil registros. Perde apenas para as ocorrências de cheias.

phoca thumb l 17 Coronel Freitas
Foto: Coronel Freitas – 1979 – Estiagem – Arquivo SDC/SC.